Citado pela quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, como o "01 de Bras�lia" ou "Magr�o", o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), dep�e nesta quarta � CPI do Cachoeira pressionado a explicar as rela��es de alguns de seus principais assessores com a organiza��o investigada.
O ex-chefe de gabinete do petista, Cl�udio Monteiro, pediu demiss�o ap�s a revela��o de que teria recebido propina para favorecer interesses do grupo. Ex-subsecret�rio de Esportes do DF, ligado ao governador, Jo�o Carlos Feitosa, o Zunga, tamb�m � suspeito de receber dinheiro da quadrilha. Nos �udios, ele � citado como porta-voz de supostos recados do pr�prio governador, um deles para conversar com o bicheiro.
Outro objetivo da quadrilha era liberar pagamentos por servi�os supostamente prestados ao SLU. Uma auditoria da Secretaria de Transpar�ncia do DF, que s� gerou provid�ncias depois do esc�ndalo causado pela opera��o, concluiu que em atividades como a varri��o a Delta recebia irregularmente o dobro do que deveria.
No DF, segundo as investiga��es da Opera��o Saint Michel, a quadrilha de Cachoeira pagou propina ao ex-servidor p�blico Valdir dos Reis, com tr�nsito no Pal�cio do Buriti, para fraudar licita��o para a bilhetagem eletr�nica dos �nibus. O secret�rio de Transportes, Jos� Walter Vazquez Filho, chegou a se reunir com integrantes da organiza��o, que elaborou o edital da concorr�ncia direcionado � Delta.
Integrantes da CPI tamb�m pretendem questionar o governador sobre sua gest�o como diretor na Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), �rg�o no qual o grupo de Cachoeira tamb�m tentou atuar. Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou, grava��es em poder da Procuradoria Geral da Rep�blica (PGR) mostram que a c�pula do laborat�rio Hipolabor, com sede em Minas recorria a Rafael Barbosa, ex-adjunto do petista na ag�ncia, para acelerar demandas de seu interesse.
As provas foram obtidas durante a Opera��o Panaceia, desencadeada em 2011, por �rg�os de investiga��o em Minas. Uma agenda com registros cont�beis da ind�stria farmac�utica registra tamb�m supostos pagamentos de R$ 50 mil ao governador em 2010, ano de sua campanha ao Pal�cio do Buriti. Representante da empresa em Bras�lia e ex-chefe de gabinete de Agnelo na C�mara, Francisco Borges Filho afirmou que as anota��es referem-se a promessa de doa��o eleitoral. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), n�o constam contribui��es oficiais do laborat�rio a Agnelo.
O governador e seus secret�rios negam quaisquer rela��es com Cachoeira e sustentam que a quadrilha do bicheiro n�o conseguiu emplacar seus pleitos no governo, entre eles as nomea��es. Com isso, sustentam, passou a tramar contra o Pal�cio do Buriti. �s v�speras do depoimento � CPI, Agnelo cancelou contratos com a Delta.