A desist�ncia da deputada federal Lu�za Erundina (PSB) de participar da disputa � prefeitura de S�o Paulo, como vice, ao lado do ex-ministro da Educa��o Fernando Haddad, pegou de surpresa a c�pula petista do governo. Ministros que acompanham a presidente Dilma Rousseff na viagem ao Rio de Janeiro, onde ela participa da Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Desenvolvimento Sustent�vel, foram un�nimes em mostrar surpresa com a decis�o de Erundina e asseguraram que, a exemplo do que disse Haddad, "n�o existe plano B, pelo menos por enquanto", para substitu�-la. Um dos ministros reconheceu, no entanto, que � preciso que a substitui��o de Erundina seja bem r�pida, para evitar maiores desgastes � candidatura Haddad.
Ainda hoje � tarde, antes de ir para o Riocentro, a presidente Dilma Rousseff recebe, no hotel Windsor Barra, onde est� hospedada, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. O tema sucess�o na prefeitura de S�o Paulo e os estragos provenientes da alian�a com Maluf que resultou na sa�da de Erundina, certamente ser�o abordados, ainda que informalmente. Todos est�o no aguardo do movimento que Lula far� para saber a dire��o a ser tomada na campanha. Mas auxiliares da presidente consideraram que a desist�ncia de Erundina, em repres�lia ao acordo selado com Paulo Maluf, ser� um baque na campanha de Fernando Haddad � prefeitura de S�o Paulo.
De acordo com um dos ministros ouvidos pela reportagem, n�o era esperada essa rea��o de Lu�za Erundina. At� o in�cio da noite de ontem, todos achavam que a deputada, apesar de descontente, n�o deixaria a chapa e acabaria se entendendo com Haddad, apesar de Maluf. Achavam que as cr�ticas iniciais estavam registradas e que, aos poucos, ela absorveria a necessidade da alian�a, em fun��o do tempo de TV e do eleitorado que ele representa.
Ontem, o ministro-chefe da Secretaria Geral, tentou justificar a necessidade da alian�a com Maluf , alegando que "daqui a pouco isso vai estar dilu�do na campanha e esta quest�o vai ser superada muito rapidamente". Gilberto Carvalho justificou ainda que essa alian�a com Maluf teria um impacto inicial, mas que seria logo superado. Para o ministro, "n�o d� para dizer que Maluf � um exemplo s� do mal". "Ele tem um trabalho em S�o Paulo tamb�m, tem uma base que tem de ser respeitada." E emendou: "N�o podemos subestimar o Maluf e precisamos levar em conta que ele tem uma grande base em S�o Paulo."
Pouco antes, em entrevista durante a Rio+20, Carvalho explicou que a alian�a com o PP de Paulo Maluf apenas repete a liga��o que j� existe no governo federal. "N�o estamos cometendo nenhuma heresia do ponto de vista da pol�tica", declarou. "N�s n�o estamos abrindo m�o de uma v�rgula do nosso programa de governo e n�o houve nenhuma imposi��o por parte do PP para nos apoiar. Se houvesse alguma coisa program�tica, a� sim seria uma incoer�ncia." Para Carvalho, "o importante � quem est� dando o tom e neste caso de S�o Paulo � a candidatura do Fernando Haddad a semelhan�a do programa o governo federal". Mas o fato � os petistas est�o com muita dificuldade de explicar esta alian�a com um inimigo hist�rico do partido.