O presidente da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dom Raymundo Damasceno, afirmou nesta sexta que a Igreja e a sociedade esperam que os parlamentares cumpram o seu dever e que a CPI do Cachoeira n�o resulte em impunidade dos membros do grupo criminoso investigado pela Opera��o Monte Carlo. Ele ressalvou que n�o deve haver prejulgamento e que ainda n�o perdeu a esperan�a. "Eles est�o trabalhando na investiga��o e n�s esperamos que ela (a CPI) cumpra realmente a sua miss�o e que tudo n�o termine em pizza", disse.
Em dura nota em defesa da �tica p�blica, divulgada ap�s o encontro, a CNBB cobrou tanto do Congresso como do STF medidas eficazes para a puni��o dos corruptos envolvidos nos dois casos. Diante de tantos esc�ndalos, diz a nota, "a sociedade chega mesmo a colocar em xeque a credibilidade das institui��es, que t�m o dever constitucional de combater a corrup��o e estancar a impunidade".
Segundo o documento, "o senso de justi�a � incompat�vel com as afrontas ao bem comum que logram escapar �s penas previstas, contribuindo para generalizada sensa��o de que a justi�a n�o � a mesma para todos". Dom Damasceno justificou a insist�ncia da Igreja em rela��o ao tema. "O que desejamos � que cada uma dessas inst�ncias cumpra realmente o papel que lhes cabe: no STF o julgamento (do mensal�o) e na CPI, a investiga��o (do Cachoeira)".
Durante o encontro, os bispos lembraram trecho do documento em defesa da �tica, publicado h� 20 anos, pouco depois do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, hoje membro da CPI do Cachoeira. "Como n�o denunciar a grande criminalidade dos que desviam, em proveito pessoal, enormes somas dos �rg�os p�blicos, provocando esc�ndalo e revolta, muitas vezes impotente, da parte dos humildes, a quem estavam destinados esses bens?". Atualmente prossegue o documento "a situa��o continua sugerindo as mesmas preocupa��es".