Por unanimidade, o Conselho de �tica do Senado aprovou na noite desta segunda-feira, 25, o relat�rio do senador Humberto Costa (PT-PE) que pede a cassa��o de Dem�stenes Torres (sem partido-GO) por quebra de decoro parlamentar. Num relat�rio de 79 p�ginas, Humberto Costa disse que h� provas "robustas" e manifestas" do envolvimento de Dem�stenes com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Todos os 15 senadores foram favor�veis � perda de mandato do senador de Goi�s. Agora o processo seguir� para a Comiss�o de Constitui��o e Justi�a para verificar sua legalidade. A expectativa � que v� � vota��o em plen�rio, em sess�o secreta, daqui a duas semanas.
"O senador Dem�stenes Torres sabia e sabe o que � certo, mas resolveu trilhar o caminho do errado", afirmou o senador Pedro Taques (PDT-MT). "A mim, ele enganou o tempo todo", afirmou o senador Pedro Simon (PMDB-RS). Os dois n�o s�o integrantes do conselho, mas acompanharam a sess�o de vota��o.
Influ�ncia - Ao longo de tr�s horas de leitura do seu voto, Humberto Costa afirmou que o senador usou o seu mandato para "influenciar as diversas esferas do poder em favor dos neg�cios do contraventor". Ele disse que Dem�stenes n�o apenas feriu a �tica e o decoro parlamentar, mas tamb�m cometeu os crimes de advocacia administrativa e favorecimento pessoal.
No parecer, o relator disse que o contraventor � um "verdadeiro anjo-da-guarda do senador". Segundo Costa, Cachoeira estava sempre trabalhando para proporcionar "comodidade", "conforto" e "bem-estar" ao parlamentar: deu um r�dio Nextel para o parlamentar falar, com a conta paga, comprou presentes no valor de R$ 170 mil, entre eles uma mesa de jantar (US$ 18 mil), um aparelhagem de som (US$ 27 mil), cinco garrafas de vinho (US$ 15 mil) e um fog�o e geladeira no casamento (US$ 25 mil).
Costa considerou ser "inacredit�vel" que Dem�stenes n�o soubesse que Cachoeira era contraventor. Pelas contas do relator, o senador e o contraventor encontraram-se 40 vezes e se falaram pelo telefone Nextel 97 vezes.
No texto, o relator citou o fato de o senador ter trocado 416 telefonemas em 316 dias com Cachoeira e integrantes do grupo do contraventor. Em outras 315 situa��es, seu nome foi citado por terceiros. "Acredito que a todos n�s ocorreu o mesmo que se passou com o senador Randolfe Rodrigues: a constata��o de que nem mesmo com as nossas fam�lias falamos tanto!".