A elei��o que vai definir o futuro prefeito da cidade de S�o Paulo dever� repetir o cen�rio de outros pleitos e ficar polarizada entre tucanos e petistas. Essa � a avalia��o de executivos de alguns dos principais institutos de pesquisa do Pa�s, que participaram nesta quarta de uma mesa redonda sobre as elei��es deste ano. "O potencial de ocorrer uma polariza��o (entre petistas e tucanos), inclusive avaliando o hist�rico da cidade, � muito alta", afirma o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.
A mesma linha de pensamento de Paulino � compartilhada pela diretora executiva de opini�o do Ibope, M�rcia Cavallari. "S�o Paulo � uma cidade de disputas polarizadas, tem um hist�rico", ressalta. Em sua opini�o, essa tend�ncia ser�, ou n�o, confirmada com o in�cio da propaganda eleitoral gratuita em r�dio e televis�o. "O hor�rio de televis�o � um marco do in�cio da campanha eleitoral. At� ent�o, o que temos � recall (conhecimento pr�vio do candidato) e falta de conhecimento", defende M�rcia.
Outro fator que pode mudar a disputa � o ambiente pol�tico gerado tanto pela CPI do Cachoeira quanto pelo julgamento do Mensal�o, que ter� in�cio dia 2 de agosto. "Ao contr�rio das tr�s �ltimas elei��es (na cidade de S�o Paulo), que o PT disputou com Marta (Suplicy), que era muito conhecida, esse candidato precisa formar uma imagem e isso vai depender muito da compet�ncia da comunica��o (da campanha) e tamb�m do ambiente pol�tico", afirma Paulino.
Tamb�m presente no debate, o consultor em comunica��o pol�tica, Ant�nio Lavareda, defendeu a tese que a tend�ncia, com o in�cio da propaganda na televis�o, � haver um aumento nas inten��es de voto para Haddad. Ele afirma, no entanto, que a partir de agosto quando come�ar� o julgamento do mensal�o, � poss�vel que haja uma queda em suas inten��es de votos. "(O crescimento) vai ser um pouco abalado em agosto, pelas pessoas com vergonha do mensal�o. Eles v�o declinar, mas depois devem continuar com o PT", avalia Lavareda.
Terceira via
Na opini�o dos presentes, o crescimento constante do candidato Celso Russomanno, PRB, n�o pode ser ignorado. Em janeiro, ele tinha 17% das inten��es de voto. Na �ltima pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta (27), o candidato chegou a 24%. Para o diretor do Sensus, Ricardo Guedes, Russomano tem o perfil de um candidato de terceira via e o contexto pol�tico municipal explica seu crescimento. "(A terceira via) surge quando se tem um desgaste de quem est� no poder e a oposi��o tradicional n�o est� legitimada", afirma Guedes. "A�, as condi��es de crescimento da terceira via est�o postas."
Na opini�o de Paulino, o crescimento de Russomano se deve a exposi��o do candidato em seu programa de televis�o e posturas pol�ticas recentes. "� decorr�ncia de sua exposi��o e de posturas contundentes pela volta das sacolinhas no supermercados que tem apoio de 56% da popula��o paulistana", diz. "N�o descarto haver uma surpresa (na batalha por quem ir� ao segundo turno), at� pelo desconhecimento que a popula��o tem do candidato do PT", refor�a.
M�rcia, do Ibope, questiona a capacidade de Russomanno manter-se nesse patamar devido ao seu tempo minguado no hor�rio gratuito na televis�o. O candidato ter� cerca de um minuto e 30 segundos de propaganda eleitoral. "Tem que ver se consegue manter. H� candidatos que sobem em determinado momento, mas n�o conseguem se sustentar", diz.