S�cio e gerente da Drogaria Mundial, em Marechal Hermes (zona oeste do Rio), Orlando da Silva Cruz estranha quando recebe de Cesar Maia (DEM), tr�s vezes prefeito do Rio, um santinho de candidato a vereador. “Eu ainda n�o estava informado sobre as elei��es”, desculpa-se. Maia aproveita e pede tamb�m votos para o filho, Rodrigo, que disputa a prefeitura.
At� os poucos assessores que o acompanham t�m de se policiar para n�o confundir os cargos. Maia ganhou duas elei��es para deputado e tr�s para prefeito. Perdeu uma para governador e outra para senador. Aos 67 anos, estreia no papel por onde muitos pol�ticos come�am.
“V�o dizer: ‘S� aparece o Cesar Maia na TV’. Vamos responder: ‘Isso est� combinado h� muito tempo’. Quando foi decidida minha candidatura para puxar voto, eu disse que precisava de tempo na TV”, defende-se Maia. A expectativa do DEM � que ele tenha pelo menos 150 mil votos e que ajude a dobrar a bancada de quatro para oito vereadores. O partido retomaria o n�mero de eleitos em 2008.
Na campanha de rua, Maia prefere a companhia de poucos cabos eleitorais - l�deres comunit�rios, servidores aposentados e funcion�rios lotados em gabinetes de vereadores do DEM. As caminhadas s�o curtas. Carro de som, nem pensar. Em outra caminhada na quarta-feira, com Rodrigo, o primeiro pedido foi para suspender os fogos de artif�cio.
Estilos
Pouco barulho n�o significa discri��o. Maia faz lembrar os tempos de prefeito criador de “factoides”, que pedia sorvete no a�ougue e ia � praia de jaqueta. Ao lado do filho, usou o chap�u de gari, cumprimentou um manequim na porta de uma loja. “Meu pai quer que eu fa�a como ele, mas cada um tem seu estilo”, comenta Rodrigo.
Os Maias sabem da dificuldade de enfrentar o prefeito Eduardo Paes (PMDB), candidato � reelei��o em alian�a de 20 partidos. O primeiro desafio � tornar a candidatura de Rodrigo conhecida. “Ele � uma nova gera��o entrando”, pondera o ex-prefeito.
“Gosto mais do Rodrigo que do senhor”, diz uma mo�a em Bangu. O pai abre um sorriso quando cruza com servidores municipais que o chamam de “meu ex-patr�o” e finge que n�o ouve as cr�ticas.
Chamou aten��o, no registro eleitoral, o n�o patrim�nio de Cesar Maia. Ele distribuiu todos os bens entre os parentes. Se for eleito, diz que n�o deixar� a Secretaria Internacional do DEM, que lhe rende R$ 16,5 mil mensais.
Alguns eleitores o estimulam a se candidatar a governador em 2014. “Vai depender da vota��o para vereador”, responde.