Relat�rio da Pol�cia Federal aponta um auxiliar do ex-governador �ris Rezende (PMDB-GO) como benefici�rio de dep�sitos da organiza��o do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O documento diz que R$ 2 milh�es teriam sido remetidos no in�cio deste ano para Sodino Vieira de Carvalho, coordenador-geral da campanha do peemedebista ao governo de Goi�s em 2010.
De acordo com a PF, as remessas integram um esquema de lavagem de dinheiro e evas�o de divisas operado por Gleyb Ferreira da Cruz, um dos assessores pr�ximos a Cachoeira. Por esse esquema, interessados em transferir recursos para o Brasil fariam dep�sitos banc�rios para a organiza��o no exterior. No Pa�s, aliados do contraventor repassavam os valores aos destinat�rios, usando contas em nome de empresas e pessoas da quadrilha.
As opera��es foram descobertas a partir da an�lise de e-mails nos quais Gleyb discute os repasses. Em algumas das mensagens, de fevereiro deste ano, o ex-jogador de futebol Alex Ant�nio Trindade indica a Gleyb contas de Sodino e tr�s de seus filhos para os dep�sitos. Numa conversa do ex-jogador, interceptada pela PF, o candidato � Prefeitura de S�o Paulo, Celso Russomanno (PRB), � citado como dono de “sete milh�es” a serem transferidos por meio do esquema. Parlamentares v�o tentar convocar Russomanno e Trindade para prestar esclarecimentos � CPI.
Ex-prefeito de Quirin�polis (GO) e ex-conselheiro do Tribunal de Contas dos Munic�pios de Goi�s, Sodino � bra�o direito de �ris Rezende e seu fiel doador de campanhas. Em 2010, contribuiu com quase R$ 38.600 para o peemedebista. Em 2004, foram R$ 31 mil.
Como mostrou o jornal Estado de S.Paulo na edi��o dessa quarta-feira, uma das empresas usadas no esquema de transfer�ncias operado por Gleyb, a Miranda e Silva Constru��es, recebeu R$ 10,9 milh�es da Delta Constru��es e fez dep�sitos a uma assessora da primeira-dama de Palmas, a deputada estadual Solange Duailibe, casada com o prefeito Raul Filho (PT).
Sodino diz que os dep�sitos indicados nos e-mails nunca foram feitos e n�o t�m rela��o com sua atividade pol�tica. Segundo ele Trindade negociou a compra de um s�tio de sua propriedade, prometendo pagar os R$ 2 milh�es acertados em 23 de fevereiro deste ano. Contudo, a transa��o, registrada em contrato, n�o se concretizou, pois o comprador n�o chegou a fazer os pagamentos. “Isso n�o tem nada a ver com o �ris ou com campanha.”
O ex-governador afirmou que n�o houve nenhuma negocia��o com o grupo de Cachoeira. “O Sodino foi v�tima”, informou. Localizado pela reportagem, Trindade confirmou a negocia��o para a compra do s�tio. Alegou que pagaria a propriedade com a venda de letras do Tesouro Nacional no exterior. Por isso, repassou as contas de Sodino a Gleyb, que diz ser seu amigo. Contudo, n�o conseguiu vender os t�tulos. “N�o conhe�o Cachoeira e nem sabia que Sodino era pol�tico.”
O ex-jogador alegou ainda que foi procurado por um negociante de t�tulos de S�o Paulo, chamado F�bio, interessado em fazer transfer�ncias para o Brasil, e o indicou a Gleyb. Numa conversa entre os tr�s, por confer�ncia, F�bio citou o candidato. “Nem conhe�o o Russomanno”, disse, acrescentando que n�o sabe o sobrenome ou os contatos de F�bio.