O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou na quinta-feira que a polariza��o entre PSDB e PT em S�o Paulo “levou a uma fadiga de material” no cen�rio pol�tico paulista. A isso se soma “um pouco de cansa�o do eleitorado com a predomin�ncia do PSDB por longo tempo” no poder. Os tucanos est�o no governo do Estado h� 18 anos. Na Prefeitura, em parceria com Gilberto Kassab (PSD), h� oito.
Ele n�o faz uma rela��o direta entre esse “cansa�o eleitoral” e a recente queda do candidato tucano Jos� Serra nas pesquisas. O que se percebe, diz ele, “� que o Russomanno subiu. Os outros est�o praticamente no mesmo lugar”. E quanto a Serra? “Ele j� tinha ca�do antes, mas parou, se estabilizou em outro patamar.”
A avalia��o, feita em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ocorre no momento em que tanto FHC quanto a presidente Dilma Rousseff (PT) entram na campanha gravando mensagens para os respectivos candidatos, Serra e Fernando Haddad. E o fazem nesse cen�rio de que fala o ex-presidente, marcado por surpresas para os dois partidos - pois, na contram�o do que ambos esperavam, seus candidatos est�o bem atr�s do l�der de todas as pesquisas de inten��o de voto, Celso Russomanno (PRB).
Fernando Henrique afirmou ainda que o eleitorado do PT tamb�m est� menor, e isso n�o acontece apenas em S�o Paulo. “Nas capitais, pelo Pa�s afora, o PSDB est� melhor que o PT”, afirmou o ex-presidente tucano. Ele ressaltou que “isso (a ‘fadiga de material’ do eleitorado) n�o assegura nada sobre o que vai acontecer at� o dia das elei��es”. O jogo importante na elei��o paulista, segundo o tucano, “vai se dar nas semanas finais”.
'Em p�'
A entrada de FHC e da presidente Dilma na campanha paulista se segue � “batalha epistolar” entre os dois no in�cio da semana. No domingo, ele publicou no jornal O Estado de S. Paulo um artigo cr�tico ao governo Lula, que ela replicou, no dia seguinte, defendendo seu antecessor. Na quinta-feira (6), FHC afirmou que n�o quer levar essa discuss�o adiante e fez um �nico coment�rio: “Fiquei contente porque tudo o que eu disse parou em p�”.
A receita do ex-presidente para a recupera��o do PSDB e de seu candidato � “a reafirma��o corajosa de suas teses e a defesa de valores, defender o que fizemos”. Se isso for feito, ele espera que Serra volte aos antigos patamares. “Ir para o segundo turno � fundamental”, avisou.
FHC ironiza an�lises que falam em empate t�cnico porque um candidato pode ter tr�s pontos a menos e outro tr�s a mais. “Ora pode tamb�m ser o contr�rio e o que lidera estar ainda mais ainda � frente, n�o?” Ele n�o leva a s�rio, tamb�m, a insist�ncia dos rivais em vender o novo. “O Russomanno, de novo, n�o tem nada. � candidato h� muito tempo.” S� faz sucesso “porque n�o est� ainda classificado entre os grandes”.
A�cio
Na quinta-feira (6), em viagem a Jundia�, no interior de S�o Paulo, o senador tucano A�cio Neves (MG) fez, numa reuni�o de apoio ao candidato do partido � prefeitura, um mea culpa geral em defesa de FHC: “O PSDB cometeu o pecado, no passado, de n�o ter valorizado o nosso legado”. Disse ainda que est� “estimulando o presidente a entrar na campanha em algumas capitais”. Lembrou que no quadro atual o PSDB e seus aliados lideram em mais de dez capitais “e o PT, s� em Goi�nia”. Dali foi a Ribeir�o Preto, para encontro semelhante, e atacou os petistas: “Queremos introduzir na agenda do Brasil a gest�o p�blica de qualidade para se contrapor a esse absurdo aparelhamento do Estado brasileiro”. Colaboraram Ricardo Brandt e Rena Moreira. As informa��es s�o do jornal O Estado de S.Paulo.