O presidente nacional do PTB e deputado federal cassado, Roberto Jefferson, comprava rem�dios numa farm�cia no Rio enquanto o ministro-relator Joaquim Barbosa pedia sua condena��o por corrup��o passiva no plen�rio do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele n�o acompanhou a leitura do voto. Voltou a dizer, no entanto que n�o cometeu atos que caracterizem pr�tica de corrup��o.
O delator do mensal�o se mostrou solid�rio com os representantes do antigo PL (atual PR) que tamb�m tiveram suas condena��es pedidas pelo ministro-relator. Disse que entendia o sofrimento pelo qual est� passado at� mesmo o deputado federal Valdemar da Costa Neto, presidente e l�der da legenda na �poca do esc�ndalo, com quem Jefferson protagonizou violentas trocas de acusa��o.
Delator do esquema do mensal�o, o ex-parlamentar havia recebido horas antes alta do Hospital Samaritano, na zona sul, onde ficou internado por uma semana para se recuperar de problemas gastrointestinais e desidrata��o. Estava nove quilos mais magro. Jefferson foi submetido � retirada de um tumor maligno na regi�o do p�ncreas em julho. A interna��o obrigou sua equipe m�dica a adiar em uma semana o in�cio da quimioterapia.
Julgamento
"Entendo que ele (Barbosa) est� mantendo a mesma posi��o do in�cio do julgamento, que � a mesma posi��o do Minist�rio P�blico Federal. Essa corrup��o passiva n�o se aplica a mim. Divirjo abertamente. Eu n�o aluguei a minha bancada no mensal�o. Eu n�o corrompi a minha bancada em atos de of�cio em favor do governo. Isso � bobagem", disse o presidente do PTB. "Do ministro Joaquim eu nunca esperei nada. Eu divirjo, mas respeito a decis�o do ministro".
Jefferson preferiu n�o fazer previs�es sobre o resultado final de seu julgamento. Disse que pretende aguardar a manifesta��o dos demais ministros. "A cada dia o seu mal. Vou aguardar cada um se pronunciar", disse.
Com a sa�de muito abalada pela extra��o do tumor, a revers�o de uma cirurgia de redu��o no est�mago e todos os problemas decorrentes, Jefferson demonstrou abatimento. Disse que seu protagonismo acabou no "ringue pol�tico" e que hoje � apenas mais um acusado no STF.
"Hoje, estou nivelado na acusa��o. Sou acusado como todos os outros. A minha posi��o de protagonista passou. Foi no ringue pol�tico. Nesse do Supremo, eu sou r�u como todos os demais", disse o piv� do mensal�o. Autorizado a voltar para casa, ele est� submetido a uma rigorosa dieta baseada em alimenta��o pastosa.