O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, chega nesta quinta-feira ao Brasil para uma visita de dois dias cuja prioridade � ampliar as rela��es econ�micas e comerciais. Sob efeito da crise econ�mica internacional, o Reino Unido tenta superar os impactos. Para o ministro das Rela��es Exteriores, William Hague, � o momento de “reverter” o que chamou de “neglig�ncia”anterior sobre as rela��es entre brit�nicos e brasileiros.
"Os brit�nicos est�o investindo nas rela��es com os pa�ses emergentes, e, neste grupo, o Brasil � identificado como o que tem valores mais pr�ximos aos da Gr�-Bretanha [Reino Unido], pois � uma economia de mercado com uma cultura ocidental", disse o diretor do Instituto Brasileiro do King's College, Anthony Pereira.
Pereira disse ainda que os brit�nicos querem ter um interlocutor na Am�rica Latina em um momento em que as rela��es est�o tensas com pa�ses, como a Argentina devido � disputa pelas Ilhas Malvinas.
Em 2010, ao assumir o governo, Cameron citou o Brasil como um dos pa�ses com os quais o Reino Unido precisava refor�ar seus la�os. Desde ent�o, representantes brit�nicos, entre eles Hague e o pr�ncipe Harry, fizeram mais de 30 viagens para a Am�rica Latina, sendo o Brasil o principal destino.
A coopera��o tamb�m ganhou impulso durante as Olimp�adas de Londres, em julho, quando autoridades brasileiras foram convidadas para observar todos os aspectos da organiza��o dos Jogos.
Antes de Cameron, Tony Blair, primeiro chefe de governo brit�nico a visitar o Brasil em 2001, iniciou o processo de estreitamento das rela��es com o Brasil. Em 2006, os dois pa�ses formaram o Comit� Econ�mico e de Com�rcio Conjunto (cuja sigla � JETCO, em ingl�s).
O diretor-executivo da consultoria Ernst & Young, Ed Hudson, que coordenou um estudo sobre os neg�cios brit�nicos no Brasil, observou que a longo prazo, o crescimento da classe m�dia de pa�ses emergentes ser� um dos motores da economia mundial. “Nesses mercados que as empresas brit�nicas precisam investir, se quiserem sobreviver", disse.
Por�m, as revis�es para baixo nas estimativas sobre a expans�o do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2012 afetaram o entusiasmo brit�nico com o Brasil, segundo John Doddrell, c�nsul-geral do Reino Unido em S�o Paulo e diretor da ag�ncia brit�nica de com�rcio e investimentos (UKTI, na sigla em ingl�s) no Brasil.