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Estado de Minas O ADEUS FOR�ADO DOS VETERANOS

Vereadores que acumularam at� cinco mandatos seguidos se despedem da C�mara

Eles creditam a derrota a fatores alheios � vontade do eleitor


postado em 21/10/2012 07:06 / atualizado em 21/10/2012 08:18

As elei��es deste ano frustraram um n�mero significativo de candidatos � reelei��o na C�mara Municipal de Belo Horizonte. Dos 41 vereadores, 20 n�o conseguiram se reeleger, al�m de dois que desistiram de concorrer. Do grupo de derrotados, para cinco em especial – Geraldo F�lix (PMDB), Maria L�cia Scarpelli (PCdoB), Neusinha Santos (PT), Moamed Rachid (PDT) e Hugo Tom� (PMN) –, veteranos da C�mara, que acumularam de tr�s a cinco mandatos consecutivos, fica a quest�o traduzida em um trecho do poema “E agora Jos�?”, do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade : “E agora, Jos�? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu”.


O vereador Cabo J�lio (PMDB), tamb�m veterano, � o �nico que n�o ser� obrigado a deixar o Legislativo. Ele vai assumir no ano quem, na Assembleia Legislativa, a vaga deixada pelo deputado estadual Ant�nio J�lio (PMDB), eleito prefeito de Par� de Minas. E os demais, o que pretendem fazer da vida daqui para frente? Antes de responder � pergunta, todos fizeram um pre�mbulo recheado de queixas para justificar a derrota. Outro ponto em comum, nenhum admitiu ter sido derrotado em fun��o da vontade do eleitor. Todos, sem exce��o, preferiram outras explica��es para justificar o rev�s das urnas.

Geraldo F�lix, por exemplo, diz que a “miopia” da dire��o do PMDB foi respons�vel por ele n�o ter sido reeleito para o sexto mandato consecutivo. “N�o dev�amos ter nos coligado com o PT”, avalia, para em seguida emendar: “N�o fui derrotado pelo povo, mas porque o meu partido n�o quis lan�ar candidato pr�prio”. A reclama��o de F�lix tem a ver com uma tradi��o nas disputas eleitorais. Geralmente, os candidatos majorit�rios (prefeito, governador e presidente) “puxam” mais votos de legenda para os candidatos proporcionais (vereadores e deputados). F�lix garante que sabia que teria dificuldades para se reeleger sem os votos “descarregados” pelo eleitor no PMDB.

Dona de cinco mandatos consecutivos, Neusinha Santos, por sua vez, culpou o prefeito eleito Marcio Lacerda (PSB) pela derrota dela nas urnas. De acordo com a vereadora, Lacerda mandou mapear a sua zona de vota��o em elei��es anteriores e, a partir da�, estimulou lideran�as comunit�rias que a apoiaram em elei��es passadas a sa�rem candidatos. “N�o foi o povo quem me derrotou, mas vai ficar para Freud (Sigmund Freud, o fundador da psican�lise) explicar essa oposi��o do prefeito � minha candidatura”, avalia.

Vale lembrar que o PT at� pouco tempo atr�s, antes da campanha eleitoral deste ano, era aliado de Lacerda na prefeitura e foi parceiro de chapa na elei��o do primeiro mandato do prefeito. “Mas tamb�m contrariei muitos interesses pol�ticos e econ�micos dele (Lacerda) aqui na C�mara”, sup�e a vereadora sobre o motivo da suposta “pirra�a pol�tica”.

Choro

De todos os veteranos derrotados, Maria L�cia Scarpelli � �nica que admite que “chorou muito” ao ter confirmado o insucesso nas urnas. “Quase morri, fiquei triste e chorei muito, porque n�o esperava a derrota”, admitiu. Mas, em
seguida, acha responsabilidade apenas no poder econ�mico para justificar por que n�o conseguiu emplacar mais um mandato, que seria o quinto consecutivo. “Enquanto n�o houver financiamento p�blico de campanha, vamos assistir a essa distor��o das grandes corpora��es elegendo candidatos”, avalia.

“Sem choro nem vela”, Hugo Tom� diz que aceitou a derrota “de cabe�a erguida”. Para Tom�, os animais espalhados por toda a cidade, bonecos de girafas e outros bichos, s�o os “respons�veis” por ele perder a chance de um quarto mandato consecutivo. “Perdi o foco ao deixar de centrar a minha campanha apenas na minha comunidade (Bairro Salgado Filho e Regi�o Oeste) e ampliar para toda a cidade”, assegura. Moamed Rachid (PDT) n�o est� nem conseguindo falar sobre o assunto. Por meio da assessoria, mandou dizer que “est� refletindo ainda”.

Vaga na pol�tica ainda � meta


Apesar da derrota, nenhum dos seis vereadores de Belo Horizonte com tr�s ou mais mandatos consecutivos que perderam as elei��es neste ano ficou desiludido com a pol�tica a ponto de querer largar a vida p�blica. Ao contr�rio, todos t�m planos de continuar seguindo em frente “na milit�ncia pol�tica”. Para alguns, de prefer�ncia com um cargo no Executivo at� a pr�xima elei��o. Hugo Tom� n�o se faz de rogado e anuncia que tem expertise para pleitear participa��o na pr�xima gest�o de Marcio Lacerda, que ser� empossado no segundo mandato em 1º de janeiro do ano que vem e teve em sua coliga��o de 19 partidos tamb�m o PMN de Tom�. “Bom jogador joga em qualquer �rea, mas tenho as minhas especialidades”, anuncia, citando a Belotur como um local onde gostaria de trabalhar.

Sem a prerrogativa de ser filiada a partido que faz parte da base aliada do atual prefeito nem da administra��o estadual, Maria L�cia Scarpelli disse que “adoraria” receber convites de prefeituras do interior para trabalhar na �rea do direito do consumidor. Ela � a �nica que descarta disputar mais uma elei��o. No in�cio do ano, no entanto, ela garantiu tamb�m que n�o seria candidata � reelei��o. “Foram muitos os apelos para que eu mudasse de ideia”, justificou.

Sem a prerrogativa de ter sido aliado da candidatura vencedora, o capit�o reformado da aeron�utica Geraldo F�lix anuncia que vai continuar participando das reuni�es da dire��o municipal do PMDB. “N�o posso ainda dizer que serei candidato na pr�xima elei��o, mas que estarei fazendo campanha, com certeza”, disse.

Neusinha Santos anuncia que est� “prospectando” um local para trabalhar com consultoria na �rea de pol�ticas p�blicas para a �rea social. ONGs e outras entidades da sociedade civil organizada s�o o alvo da vereadora. Trabalhar para o governo federal tamb�m n�o est� descartado. A vereadora diz que sua �rea de especializa��o tem muita demanda na atual administra��o do pa�s. E disputar cargos por meio das elei��es? “Isso s� com o tempo posso dizer, seria precipitado dizer isso agora”, sustenta.


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