O ex-prefeito de S�o Paulo e deputado federal Paulo Maluf (PP) disse neste domingo que o candidato Jos� Serra (PSDB) errou ao criticar a alian�a dele com Fernando Haddad (PT) e terminou por dar votos ao advers�rio. Maluf avalia que a estrat�gia do tucano beneficiou Haddad, porque, ao atacar na propaganda de TV a alian�a PP-PT, serviu como um aviso ao eleitorado malufista: "votem no petista". Maluf afirmou que tamb�m contribuiu com a vota��o de Haddad.
"Os nossos advers�rios erraram na estrat�gia. Atacaram a alian�a Haddad-Partido Progressista-Maluf e a� eles comunicaram aos malufistas que n�s est�vamos com Haddad", disse o deputado antes de votar, na sede da Faculdade de Engenharia de S�o Paulo, no Jardim Europa, zona oeste. "Nossos advers�rios fizeram uma boa campanha para o Haddad."
Maluf tamb�m criticou o marqueteiro de Serra, Luiz Gonzalez, que resgatou imagens de Maluf pregando votos no ex-prefeito Celso Pitta e ligou a imagem dele a de Haddad. "Foi um grande erro do marqueteiro do Serra. O Serra, que � um homem experiente, n�o devia ter permitido que atrav�s do hor�rio eleitoral dele se comunicasse que eu estava apoiando o Haddad. Ele deu votos para o Haddad no hor�rio dele."
Maluf arriscou o palpite de que Haddad teria 1,2 milh�o de votos a mais que Serra. Parte deles, afirma, vir� de seu eleitor fiel. "L�gico que dei votos para o Haddad. Olha aqui quantos malufistas v�o votar no 13", disse cercado por apoiadores. "O nosso partido deu uma contribui��o porque o Datafolha dava que 12% da popula��o de S�o Paulo estava disposta a votar num candidato que o Paulo Maluf e o Partido Progressista apoiassem. E n�s come�amos quando ele tinha 3% (das inten��es de voto). Depois voc�s viram que ele foi crescendo, crescendo", sustenta.
A alian�a de Haddad com Maluf, costurada pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e marcada por uma foto no jardim da casa de Maluf, gerou insatisfa��o no PT. Haddad chegou a perder a ent�o candidata a vice na chapa, a ex-prefeita e deputada Luiza Erundina (PSB). Erundina se recusou a fazer campanha ao lado de Maluf, antigo advers�rio.
Maluf definiu Haddad como uma "obra de Lula e Dilma". Mas disse que conversou com o petista pelo telefone e deu dicas e conselhos sobre como se portar em debates, apesar de n�o terem se encontrado mais. Ele tamb�m acredita que a "popula��o gosta de renova��o" e que o Executivo "deve ter gente mais jovem". "Gra�as a Deus deu Haddad, mo�o novo, de 49 anos, cheio de vontade de fazer. Essa cidade precisa de algu�m para solucionar seus problemas."
Maluf disse que tentar� se reeleger deputado em 2014, em raz�o da experi�ncia e da idade avan�ada, de 81 anos. Em palpite sobre Serra, de 70 anos, afirmou que o tucano se elegeria deputado federal com facilidade, 500 mil votos, e tem chances para senador. Ainda arriscou que n�o deve se candidatar a governador e que as derrotas s�o pedag�gicas. "Ele perdeu, acho que ele h� de ter seus ensinamentos pela derrota e pode ser vitorioso em outras elei��es. Ele h� de fazer pesquisas e saber em 2014 o que ele tem de dividendo eleitoral. Mas quem sou eu para dar li��o pros tucanos. Eles que s�o bicudos que se entendam".
Secretariado
Tamb�m presidente do PP paulista, Maluf disse que o partido n�o fez exig�ncias de cargos na Prefeitura. Mas poder� contribuir se Haddad quiser. O partido tem interesse na Secretaria Municipal de Habita��o. "N�o pedimos nada. Absolutamente nada. Foi um casamento na igreja, com o cardeal Lula, � vista de toda a m�dia. Fizemos pela primeira vez n�o um casamento atr�s da igreja, mas na frente, com v�u, grinalda e todos os cardeais presentes." Maluf ressaltou a participa��o do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), "coroinha" que agendou a visita de Lula � casa de Maluf. O PP ganhou mais uma secretaria no minist�rio pela alian�a.
Maluf n�o quis revelar quem o partido tende a apoiar nas elei��es de 2014. O PP faz parte da base da presidente Dilma Rousseff (PT), que vai tentar reelei��o. Em S�o Paulo, Maluf tem independ�ncia dentro do Partido Progressista e disse que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) merece ser reeleito.