Bras�lia – A prorroga��o da CPI do Cachoeira por apenas 48 dias, tempo que n�o permite a amplia��o do foco de investiga��o nem a convoca��o de novos depoentes, foi oficializada na tarde dessa quinta-feira, depois de o vice-presidente do Senado, An�bal Diniz (PT-AC), fazer a leitura em plen�rio do requerimento que havia sido protocolado na Mesa Diretora pelos partidos da base no dia anterior. A vit�ria do governo contou com a assinatura de 222 deputados e 41 senadores favor�veis a prorrogar os trabalhos s� at� o fim do ano – eram necess�rias apenas 171 ades�es na C�mara e 27 no Senado.
O deputado Odair Cunha (PT-MG) j� avisou que vai apresentar o relat�rio “contundente” em 20 de novembro. Depois, os integrantes ter�o at� 22 de dezembro, quando termina a atual legislatura, para debater e votar o documento do relator.
O l�der do PSDB, Alvaro Dias (PR), criticou a decis�o de encerrar a CPI em dezembro: “A sujeira e o lixo est�o sendo empurrados para debaixo do tapete da impunidade”, afirmou. Pelo prazo original, a CPI deveria encerrar os trabalhos em 4 de novembro. A oposi��o ainda tentou colher assinaturas para que a investiga��o fosse prorrogada por 180 dias. O maior objetivo era quebrar o sigilo de 12 empresas fantasmas que foram abastecidas pela Construtora Delta para irrigar campanhas eleitorais em 2010. Com a aprova��o de um prazo t�mido, mais de 500 requerimentos, incluindo aqueles que solicitavam a quebra dos sigilos das firmas fantasmas, foram suspensos.
Ontem, o Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro instaurou inqu�rito civil para apurar irregularidades em contratos firmados entre a prefeitura carioca e a Delta. O procedimento investigativo vai levar em considera��o os �ltimos tr�s anos. Existem fortes suspeitas de que a construtora teria sido beneficiada com dispensas de licita��o autorizadas pela prefeitura. Grande parte dos contratos foi assinada ap�s as enchentes que atingiram o Rio de Janeiro em abril de 2010.
Na sess�o administrativa da CPI na quarta-feira, as rela��es da Delta no Rio de Janeiro motivaram um bate-boca entre o l�der do PPS na C�mara, Rubens Bueno (PR), e o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ). A discuss�o teve in�cio quando Bueno acusou a CPI de deixar de convocar, deliberadamente, o governador do Rio de Janeiro, S�rgio Cabral (PMDB). “Quando foi negada a presen�a do senhor S�rgio Cabral aqui, para mim ele passou a ser o principal suspeito. Estamos h� 60 dias sem tomar uma decis�o nesta CPI”, declarou. Para defender o governador, Picciani chamou o l�der do PPS de leviano. Bueno retrucou: “Leviano � voc�.”