N�o � de hoje que n�meros os mais variados apontam para o desinteresse do eleitor com as disputas pelas vagas no Parlamento e no Executivo. Neste ano, outros dados v�m se somar ao "ros�rio de estat�sticas" das elei��es pa�s afora. A exemplo dos 30% dos eleitores que deixaram de votar no segundo turno, chama a aten��o tamb�m que nem nas redes sociais as campanhas dos candidatos empolgaram os internautas brasileiros, se comparados ao n�mero de usu�rios ativos nas redes sociais. "Os n�meros verificados ficaram bem aqu�m", atesta Wagner Meira, coordenador do site Observat�rio das elei��es – uma parceria dos departamentos de Ci�ncia da Computa��o, Hist�ria e Ci�ncia Pol�tica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O Observat�rio das elei��es monitorou, entre 31 de julho e 7 de outubro, a repercuss�o da campanha eleitoral de candidatos a prefeito em 14 capitais – Belo Horizonte, Bel�m, Cuiab�, Curitiba, Florian�polis, Fortaleza, Goi�nia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e S�o Paulo. Nem mesmo a capital dos paulistas, que ocupa o primeiro lugar nos dados coletados pelo Observat�rio das elei��es, conseguiu um p�blico significativo nesse per�odo de pouco mais de dois meses de monitoramento. No Facebook, 113.519 usu�rios se ocuparam com mensagens relacionadas � campanha eleitoral. No caso do Twitter, esse n�mero foi ainda menor, exatos 94.785.
Outra informa��o que comprova o baixo interesse relativo no debate pol�tico durante as elei��es � revelada pelo conte�do postado pelos internautas. O site ainda n�o transformou esses dados em n�meros, mas Meira pontua que o acompanhamento di�rio n�o deixou d�vidas de que a piada, a tro�a e o esc�rnio envolvendo os candidatos ganharam disparados. "Tanto � verdade que um dos usu�rios campe�es de audi�ncia e com maior influ�ncia (medido pelo compartilhamento das mensagens) � o Z� Sim�o", afirma Meira, se referindo ao jornalista que faz s�tira sobre o cen�rio pol�tico em uma coluna de um jornal paulista.
Outro conte�do tamb�m constante, segundo o coordenador do site, diz respeito a den�ncias, em geral envolvendo mensagens relativas a conte�dos classificados de "baixarias". Em Belo Horizonte, dos sete candidatos que disputaram a prefeitura, o prefeito reeleito Marcio Lacerda (PSB) foi o que mais ataques sofreu durante as elei��es. No Facebook, foram 26.860, contra 7.356 sofridos pelo candidato Patrus Ananias (PT). No Twitter, 14.276 ataques foram desferidos contra Lacerda, al�m de outras 7.132 mensagens ofensivas cujo alvo era Patrus. "O debate de propostas observado � insignificante," afirma Meira. Assim mesmo, informa ele, a discuss�o partia dos internautas e n�o das assessorias dos candidatos.
Filtro Por meio do site Observat�rio das elei��es (https://observatorio.inweb.org.br/eleicoes/destaques/) � poss�vel filtrar os dados por cidade, candidato, partido e evento. Outra funcionalidade foi o acompanhamento em tempo real dos tweets e facebooks relacionados � disputa eleitoral. Os eventos de campanha (debates televisivos e dias de vota��o) tamb�m foram monitorados pelo site, de modo que foi poss�vel acessar, mesmo depois de tais eventos, as postagens feitas nas redes sociais. H� tamb�m links de not�cias e dos v�deos postados no YouTube mais compartilhados pelas redes sociais e a "nuvem de tags", que apresenta as express�es mais utilizadas pelos internautas em suas publica��es.
Em 1º de janeiro do ano que vem, o Observat�rio das elei��es vai inaugurar mais uma ferramenta para monitorar, desta vez, as administra��es municipais. A partir dessa data, que coincide com a posse dos prefeitos das 14 capitais, alguns temas mais relevantes das gest�es dos munic�pios ser�o acompanhados, entre eles sa�de, educa��o, mobilidade urbana e seguran�a p�blica. "Queremos avaliar o desdobramento das elei��es nas redes sociais, de promessas em a��es concretas", disse Meira.
Saiba mais
Facebook e Twitter
O Facebook, rede social mais utilizada no mundo, atingiu mais de 1 bilh�o de contas ativas em 14 de setembro de 2012. O Brasil ocupa o segundo lugar na lista de usu�rios, com 54 milh�es (at� o m�s de junho), atr�s apenas dos Estados Unidos, que tem 160 milh�es. A marca mundial in�dita foi anunciada no pr�prio site de relacionamento, pelo fundador Mark Zuckerberg. Criada em 2004, a rede social levou seis anos para chegar a meio milh�o de usu�rios, mas apenas dois para dobrar a quantidade de pessoas conectadas. No ano passado, o crescimento total foi de 30%, mas o n�mero de brasileiros aumentou 146%, o maior percentual do mundo. Em rela��o ao Twitter, o Brasil est� em 4º lugar no ranking de maior n�mero de usu�rios ativos. De acordo com estudo publicado pela Global Web Index, na primeira quinzena de outubro o Brasil tinha 19,6 milh�es de usu�rios. A China ocupa o primeiro lugar, com 35,5 milh�es de usu�rios, seguido por �ndia, com 33 milh�es, e Estados Unidos, com 22,9 milh�es.
