O prefeito eleito Fernando Haddad (PT) vai manter os trabalhos t�cnicos da Prefeitura em tudo o que se referir � a��o contra o deputado Paulo Maluf (PP-SP) em Jersey, e insistir� para reaver o dinheiro, mas politicamente o far� com discri��o para n�o melindrar o aliado e nem seu partido, o PP, que o ajudaram a se eleger em outubro. Nenhuma atitude simb�lica deve ser tomada em fun��o da repatria��o dos recursos referentes � condena��o judicial do deputado.
Haddad, que tem dito reiteradas vezes que far� um governo de coaliz�o, deve instalar o PP na Secretaria de Habita��o de sua futura gest�o. Publicamente, a equipe de transi��o petista informa que a negocia��o com o partido � feita com o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), mas Maluf participa dela e da indica��o dos nomes que os pepistas oferecem a Haddad.
O atual secret�rio informou tamb�m que a gest�o do prefeito Gilberto Kassab (PSD) estuda acionar judicialmente por danos morais a institui��o financeira que repassou o dinheiro a Jersey. Segundo ele, caber� � administra��o Haddad decidir se pedir� um valor espec�fico ou se deixar� que a Justi�a o arbitre.
"Houve um banco estrangeiro que fez a transfer�ncia dessa moeda escusa para Jersey. Ele precisa responder pelo ato dele tamb�m", sustentou Lembo.
O secret�rio afirmou que, embora tenha tido acesso apenas a extratos da senten�a final, ela lhe pareceu "rigorosa" e "muito clara e precisa sobre o andamento do dinheiro do Brasil para l�". Segundo Lembo, n�o h� prazo para que o dinheiro retorne aos cofres da Prefeitura. "N�o se esque�a de que essa a��o durou muitos anos", asseverou ele.
Procurada ontem pela reportagem, a equipe de transi��o n�o quis se pronunciar sobre a condena��o de Maluf e nem sobre como pretende atuar no processo.
"Pode ser contra quem for. Isso � obriga��o constitucional. N�o � uma decis�o que possa ser tomada pelo prefeito. N�o � decis�o livre do prefeito. Ele est� vinculado legalmente pelo ordenamento jur�dico. E eu jamais deixaria de cumprir a lei", disse.
Contudo, a iniciativa dever� ser tomada pela atual gest�o, o que livraria o petista desse �nus pol�tico para com Maluf, que ao se coligar com o PT proporcionou para um Haddad at� ent�o desconhecido, e com 3% de inten��o de votos nas pesquisas, precioso 1min30seg de tempo de televis�o no hor�rio eleitoral.
Desgaste
Selada nos jardins da mans�o do pepista em S�o Paulo, tendo o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva como fiador, a alian�a entre Maluf e Haddad resultou em desgaste para o petista. De cara, perdeu a ent�o candidata a vice, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que abandonou a disputa alegando que n�o poderia estar no mesmo palanque de Maluf. Durante toda a elei��o teve de responder sobre a inc�moda presen�a do aliado - inclusive em debates na TV -, mesmo tendo o deputado se distanciado da campanha.
Agora, arca com o �nus da presen�a do PP no secretariado em meio � pendenga de Jersey. As informa��es s�o do jornal O Estado de S.Paulo.