A presidente Dilma Rousseff (PT) enfrenta sua fase de menor apoio na C�mara dos Deputados desde que tomou posse. A taxa m�dia de governismo dos maiores partidos de sua base parlamentar est� no patamar mais baixo dos 23 meses de Dilma no Planalto: 65%. Das �ltimas dez vota��es nominais, ela perdeu quatro.
A fidelidade a Dilma vem caindo semestre a semestre. � menor agora do que foi no come�o de 2012. E 2012 � pior do que 2011. Segundo o Bas�metro - ferramenta online de acompanhamento das vota��es no Congresso desenvolvida pelo Estad�o Dados -, a grande maioria, 306 deputados, votou com o governo em 90% das vezes ou mais em 2011. Neste ano, o n�cleo duro de apoio ao governo caiu a menos da metade disso.
Nas 43 vota��es ocorridas em 2012, apenas 126 dos 513 deputados votaram 90% das vezes ou mais seguindo a orienta��o do l�der governista. Desses, 85 s�o do PT. Logo, apenas 41 deputados de outras legendas est�o com Dilma para o que der e vier: 11 do PP, 10 do PSB, 9 do PC do B, apenas 4 do PMDB, 2 do PDT, 2 do PV, 1 do PTB, 1 do PSD, 1 do PTC - e nenhum do PR e do PRB, apesar de as duas legendas terem cargos no governo.
Interesses regionais
Com exce��o do PT, a taxa de apoio ao governo na C�mara caiu para todos os principais partidos da base de Dilma em 2012. Nessas dez vota��es mais recentes, os deputados do PTB votaram em m�dia apenas 51% das vezes segundo a orienta��o do l�der do governo - um patamar quase igual ao do maior partido de oposi��o o PSDB, cuja taxa de governismo foi de 46%. N�o foi uma infidelidade s� dos petebistas. No PSD, os deputados seguiram o governo em apenas 56% das vota��es. No PP, a m�dia foi de 60%; no PRB, de 67%, e no maior de todos, o PMDB, a taxa de governismo recente est� em 68%.
Para o l�der do PMDB na C�mara, Henrique Eduardo Alves (RN), as diverg�ncias entre governo e base alcan�aram o �pice nas diversas vota��es do C�digo Florestal, quando a chamada bancada ruralista enfrentou - e venceu - o Pal�cio do Planalto.
Outro motivo da queda das taxas de governismo na C�mara, segundo o peemedebista, s�o os interesses eleitorais. "Em ano eleitoral, os deputados votam as quest�es que dizem respeito a Estados e regi�es mais de acordo com os interesses de suas bases, independentemente da orienta��o do governo."
Petr�leo e repasses
A maior perda recente de apoio da presidente na C�mara aconteceu entre as bancadas do Norte e, principalmente, do Centro-Oeste. Na vota��o sobre redistribui��o dos royalties do petr�leo, o governo perdeu por 28 a 55 entre os deputados dessas duas regi�es. Se votassem s� os deputados do Sudeste, Dilma teria ganhado por 99 a 58, gra�as aos deputados do Rio de Janeiro e Esp�rito Santo, que votaram em peso contra a mudan�a.
H� um terceiro problema que afeta os prefeitos e, por tabela, os deputados: a diminui��o de repasses ao Fundo de Participa��o dos Munic�pios. "H� prefeituras suspendendo o expediente em Pernambuco alegando falta de recursos", lembra Teixeira. Na semana passada, cerca de 1.500 prefeitos foram a Bras�lia para tentar obter aumento de repasses do governo federal, mas sa�ram frustrados. Se a raz�o da perda de apoio a Dilma for essa, o problema tende a se prolongar em 2013.