Treze quilos mais magro e com os cabelos pintados, o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, declarou ontem, antes de visitar o t�mulo da m�e, no munic�pio de An�polis, em Goi�s, que vai “colocar os pingos nos is”. O bicheiro, que saiu da Penitenci�ria da Papuda na madrugada de ter�a-feira, ap�s passar quase nove meses preso, tachou de “estrelismo” a atua��o do Minist�rio P�blico Federal (MPF) nas opera��es Vegas e Monte Carlo e disse que as acusa��es contra ele s�o maliciosas. “� estrelismo. Os grampos s�o ilegais. O Minist�rio P�blico n�o vai mais fazer estrelismo”, declarou.
Na CPI do Congresso, Cachoeira, considerado o l�der da organiza��o criminosa, ficou calado. Na ocasi�o, ele estava munido de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na pr�xima semana, o Pleno da 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Regi�o decide se mant�m a liminar do desembargador Tourinho Neto, que permitiu a soltura do bicheiro em rela��o � Opera��o Monte Carlo. Se a liminar for derrubada, Cachoeira ter� que voltar � pris�o. O Minist�rio P�blico Federal pediu � Justi�a, na quarta-feira, a pris�o preventiva do contraventor e de outras cinco pessoas por considerar que ele representa risco �s investiga��es ainda em curso.
Passaporte Integrantes da oposi��o insistem na tese de que Cachoeira deve ser reconvocado pela CPI antes da leitura do relat�rio final. Ontem, os advogados do bicheiro entregaram o passaporte dele � Justi�a. Carlinhos Cachoeira est� impedido de deixar o pa�s. O relat�rio final da CPI sugeriu o indiciamento do bicheiro pelos crimes de peculato, advocacia administrativa, tr�fico de influ�ncia, lavagem de dinheiro, corrup��o ativa e evas�o de divisas.
O dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish, considerado pela oposi��o como o grande mentor da organiza��o, foi enquadrado apenas nos crimes de forma��o de quadrilha e lavagem de dinheiro.