Diretor da ANA rebate acusa��o de Paulo Vieira

O atual diretor-presidente da Ag�ncia Nacional de �guas (ANA), Vicente Andreus Guillo, rebateu nesta segunda-feira a acusa��o de Paulo Vieira, ex-diretor do �rg�o preso pela Pol�cia Federal (PF), que, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, afirmou que o �rg�o � um "cabide" de empregos e cargos comissionados. Guillo ressalta que a ag�ncia possui atualmente 71 cargos comissionados. Destes, 37 s�o ocupados por pessoas de fora do servi�o p�blico. Apenas tr�s foram nomeados a partir de 2010, quando o atual diretor-presidente assumiu o cargo. Em entrevista Guillo afirma que recebe sal�rio bruto de R$ 11.500, mais uma ajuda de 25% para moradia. "Os demais sal�rios de quem n�o � do servi�o p�blico est�o abaixo desse valor", afirma. O diretor-presidente da ANA diz que foi indicado para o cargo pelo ent�o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, negando a afirma��o de Vieira que o apontou como apadrinhado do ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu. "Nunca fui dirigente da CUT, como ele (Vieira) disse. "J� fui do Sindicato dos Eletricit�rios de Campinas, filiado � CUT, e estava na Secretaria de Recursos H�dricos, do Minist�rio do Meio Ambiente, quando o ministro Minc me indicou", relata. "Conhe�o Jos� Dirceu porque sou antigo militante do PT, nunca tivemos rela��o pr�xima. Posso dizer que sou amigo dele como todos os militantes do partido. Dirceu deve ter sido informado da minha nomea��o quando eu j� estava aqui." O diretor-presidente da ANA destaca que o or�amento anual da ag�ncia para projetos e investimentos � de cerca de R$ 226 milh�es, oriundos basicamente de cobran�as do setor el�trico. Os recursos de contratos com entidades n�o-governamentais correspondem a um porcentual "�nfimo" desse valor, segundo Guillo. A folha de pagamento da ag�ncia, administrada pelo Minist�rio do Planejamento, � de R$ 365 milh�es por ano. O �rg�o ainda recebe R$ 67 milh�es de cobran�as pelo uso da �gua, que repassa integralmente para os comit�s das bacias Piracicana-Capivari-Jundia�, Para�ba do Sul, S�o Francisco e Doce. Guillo diz que, ao chegar � ag�ncia, no come�o de 2011, Paulo Vieira foi "agressivo" e tentou sem sucesso chefiar a diretoria de Regula��o e Fiscaliza��o, recorrendo at� mesmo � ex-assessora da Presid�ncia Rosemary Noronha. "Ele dizia: 'Vou falar com a Rose, a ag�ncia n�o � de voc�s'", relata Guillo. O diretor-presidente ressalta que n�o recebeu telefonema ou teve contato pessoal com Rosemary, mas que a ex-assessora esteve na ag�ncia. Vieira teria ficado isolado na diretoria de Hidrologia, sem for�a pol�tica dentro da ANA. "Nessa �rea, ele n�o tinha como dar palpite", conta Guillo. "Ele nunca pautou nossas decis�es na ag�ncia, posso garantir. N�o h� nenhuma outorga, portaria ou nota fiscal da ANA sob investiga��o", destaca. "(Quando estourou a Opera��o Porto Seguro) eu tinha sentimento de pena. Pensei que ele teria coragem de falar a verdade. O que n�o ocorreu. Agora, meu sentimento � de indigna��o. Ele � um delinquente e um mau-car�ter, que s� est� abreviando a ida para a Papuda (pris�o em Bras�lia)."