
A presidente Dilma Rousseff indagou nessa segunda-feira a dois caciques do PMDB como estavam as sucess�es da C�mara e do Senado. No final da manh�, a presidente encontrou-se com o vice-presidente Michel Temer. No meio da tarde, ela recebeu o presidente do Senado, Jos� Sarney (AP). Ao fim do dia, ambos se encontraram no Planalto para uma avalia��o da crise no partido. Todos buscaram acalmar a presidente.
O gabinete de Temer virou alvo da peregrina��o dos candidatos � lideran�a do PMDB. Na semana passada, foram pedir b�n��o os deputados Eduardo Cunha (RJ), Sandro Mabel (GO) e Osmar Terra. Nenhum deles � de total confian�a do governo ou da dire��o partid�ria. Mabel � “crist�o-novo”, proveniente do PR; Terra fez campanha para Jos� Serra (PSDB) nas elei��es presidenciais de 2010; e Eduardo Cunha tem um longo hist�rico de problemas para o governo.
Reside nisso as cr�ticas a Henrique. "Ele sabia que seria candidato h� muito tempo. Poderia ter negociado o sucessor e evitado essa confus�o", disse um aliado. Partid�rios de Eduardo Cunha, por exemplo, reclamam que Henrique Alves abandonou o deputado no momento em que ele cogitou lan�ar-se l�der. "Voc� diz que � amigo e na hora que precisam voc� some? � claro que isso est� errado", disse um aliado do parlamentar fluminense.
Ausente da bancada mas acompanhando atentamente os desdobramentos da elei��o interna, o vice-presidente da Caixa Econ�mica Federal, Geddel Vieira Lima, coloca mais lenha no debate. "Eu quero o melhor para o PMDB, por isso apoio o Eduardo. Mas n�o sou de fogo amigo. Quando quero atacar, uso artilharia direta e p�blica", declarou ao Estado de Minas.
O Planalto, contudo, ainda banca o apoio a Henrique. A elei��o est� muito pr�xima – ser� em 4 de fevereiro – e uma mudan�a brusca agora poderia provocar o surgimento de um novo Severino (Severino Cavalcanti, do PP-PE, eleito presidente da C�mara em 2005 ap�s um racha no PT). Al�m disso, na avalia��o de interlocutores da presidente, n�o valeria a pena comprar uma briga e tornar o "PMDB indom�vel". Al�m disso, o PR dever� ser liderado por Anthony Garotinho (RJ) e o PDT continua com Andr� Figueiredo (CE), alinhado ao ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, sinalizando problemas futuros.
A d�vida � quanto tempo Henrique ainda precisar� sangrar. "Qualquer um que fosse candidato a presidente passaria por isso", disse o ex-l�der do governo na C�mara, C�ndido Vaccarezza (PT-SP). Para Eduardo Cunha, o maior risco � a necessidade de se explicar constantemente. "N�o vejo problemas para a candidatura do Henrique. Mas para a imagem dele sim", declarou ele.
No Senado, para evitar uma divis�o interna na bancada, o atual presidente da Casa, Jos� Sarney, agiu como bombeiro. Seu grupo vai despejar todos os votos na elei��o de Eun�cio Oliveira (PMDB-CE) para a lideran�a da bancada. O senador Romero Juc� (PMDB-RR) ter� dois caminhos � disposi��o, como adiantou o Estado de Minas no final do ano: a segunda vice-presid�ncia do Senado ou a lideran�a do bloco da maioria composto por PMDB-PP-PV.