
De acordo com o promotor Jos� Carlos Fernandes J�nior, os envolvidos no esquema teriam aproveitado uma paralisa��o na obra de constru��o do Centro Municipal Avan�ado de Ensino do Bairro Boa Vista, em Uberaba, para a pr�tica do desvio dos recursos p�blicos. Conforme a den�ncia, em 2006, a Prefeitura de Uberaba lan�ou edital para contratar empresa de engenharia para a constru��o da unidade de ensino. Em setembro do mesmo ano, a vencedora assinou contrato com a Prefeitura no valor total de R$ 3.394.085. Em novembro, a Secretaria de Infraestrutura de Uberaba suspendeu a execu��o das obras e servi�os, autorizando a retomada a partir de mar�o de 2007.
O rein�cio dos trabalhos aconteceu somente em dezembro de 2007. A empresa ent�o solicitou reajuste no contrato administrativo e, contrariando as recomenda��es t�cnicas feitas por outros �rg�os do munic�pio, Valdir Dias, ent�o procurador-geral, deu parecer favor�vel ao pagamento das quantias irregulares � empresa. Na sequ�ncia, o prefeito determinou o aditamento do contrato e a quita��o dos valores.
Logo ap�s o procedimento, em agosto de 2008, foram iniciados os repasses das quantias indevidas, que totalizaram R$ 1.118.690,15. Para dificultar a descoberta da fraude, somente em 15 de maio de 2009, ap�s o pagamento de grande parte do montante, o extrato do segundo aditivo contratual foi publicado no Di�rio Oficial do Munic�pio.
Em sua defesa, o ex-prefeito alegou que n�o agiu de m�-f�. Segundo ele, as autoriza��es foram dadas ap�s terem sido consultados os pareceres emitidos sobre a execu��o da obra. “Eu j� fiz centenas de obras que n�o tiveram problemas. N�o � verdade [a acusa��o do MP], sempre fui muito zeloso, nunca tomei nenhuma decis�o sem ouvir o pessoal t�cnico. Nunca passei por cima de nenhum parecer”, defendeu. Segundo Adauto, a defesa j� fez uma nova per�cia e deve apresenta-la � Justi�a, al�m de pedir que seja feita uma nova per�cia cont�bil envolvendo todos as etapas do processo que resultou na libera��o de mais recursos para a empreiteira.
Anderson Adauto ainda argumenta que o fato do MP tamb�m acusar o ex-procurador j� lhe retira a responsabilidade. “ Ao fato do jur�dico estar sendo envolvido � uma prova inequ�voca de que eu respeitei todas as etapas e pareceres”, considerou.
A reportagem do em.com.br entrou em contato o ex-procurador-geral de Uberaba, Valdir Dias, ele alegou que ainda n�o se inteirou do inqu�rito e, por isso, n�o poderia comentar. A construtora AMS, citada como poss�vel benefici�ria, tamb�m n�o atendeu aos contatos feitos durante � tarde.