
Seis anos depois de ser afastado da presid�ncia do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) � o favorito para assumir, novamente, o mais alto posto na Casa, em elei��o a ser realizada em 1.º de fevereiro. A volta do peemedebista tem a b�n��o do Pal�cio do Planalto e foi resultado de uma costura pol�tica que uniu PMDB e toda a base de sustenta��o da presidente Dilma Rousseff no Congresso.
Mesmo respondendo a processos na Justi�a, entre eles um de improbidade administrativa, e tendo seu nome ainda constantemente envolvido em pol�micas, como mostrou reportagem publicada pelo Estado apontando que uma "empreiteira amiga" do senador foi beneficiada com contratos que somam R$ 70 milh�es no programa social Minha Casa, Minha Vida, o nome do peemedebista segue firme na disputa.
O senador Humberto Costa (PT-PE) resume o motivo para tamanho apoio proveniente, inclusive, de parlamentares que afirmam ter votado - em delibera��o secreta - pela cassa��o de Renan h� seis anos: "Ele tem se mostrado comprometido com os interesses do governo. O que passou, passou e a popula��o teve tempo de fazer sua pr�pria avalia��o".
Dessa maneira, a expectativa � que na gest�o Renan os desejos do governo federal no Senado sejam facilmente contemplados justamente porque cabe ao presidente da Casa estabelecer o que entra ou n�o na pauta de vota��o e convocar as sess�es plen�rias tanto do Senado quanto do Congresso - da qual participam tamb�m os deputados.
Oposi��o
Mesmo entre quem � contra a candidatura de Renan, e a continuidade que ela representa, reconhece a habilidade pol�tica do parlamentar. "N�s somos omissos e incompetentes se comparados a ele. Renan circula bem dentro de qualquer governo, � h�bil e, na rela��o pessoal, � muito simp�tico. Digo por mim, eu me dedico muito mais � minha luta pela educa��o do que �s pol�ticas no Senado", disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Ele aproveita para reclamar da m� imagem que os congressistas acumulam h� anos: "Acostumamos a ser chacota da opini�o p�blica, perdemos n�o s� o poder como o pudor".
Enquanto para o vice-presidente Michel Temer a elei��o do senador alagoano n�o afetar� a credibilidade da Casa, pois ele poder� fazer "uma bel�ssima gest�o", o senador Pedro Simon, que � do mesmo PMDB, opina que o colega de bancada "deveria ficar quieto e n�o se candidatar a nada". Simon apoia uma candidatura alternativa - Pedro Taques (PDT-MT) ou Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
Apesar de abra�ar a candidatura de Renan, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que est� procurando seus colegas de bancada para "refletir sobre o assunto". Sugeriu: "Quem sabe o PMDB n�o teria outro nome de destaque para indicar? Algu�m que n�o gerasse preocupa��o aos outros colegas?" E continuou: "Uma coisa � apontar um nome que apoie qualquer proposta da presidente Dilma e estar sob desconfian�a da opini�o p�blica; outra � indicar algu�m que ajude o governo, mas de modo cr�tico, com experi�ncia e que n�o estaria sendo alvo de nenhuma pol�mica"