
Depois de ocupar a Presid�ncia do Senado por quatro vezes, Jos� Sarney (PMDB-AP) despediu-se do cargo com um longo e emocionado discurso no qual defendeu seu sucessor, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele ignorou os esc�ndalos ocorridos no per�odo em que esteve no posto, como o caso dos atos secretos, denunciado pelo Estado, em que decis�es n�o eram publicadas no Di�rio Oficial da Uni�o.
Ao falar de Renan, Sarney afirmou que a escolha do correligion�rio para o comando do Senado reitera o processo democr�tico. "Sua elei��o a presidente da Casa mostra a confian�a de seus pares, e nos d� a garantia de um mandato em que o Senado Federal seguir� seu caminho de transpar�ncia e equil�brio democr�tico."
Sarney ignorou as den�ncias de desvio de dinheiro e falsifica��o de documentos contra Renan, referindo-se a ele como "uma das mais expressivas lideran�as de nosso partido, (…) um legislador criterioso, com importantes iniciativas, (…) um articulador h�bil e um poderoso formador de consensos."
O senador fez um balan�o dos seus 58 anos de hist�ria legislativa, exaltando seu perfil, que classificou como conciliador, dizendo ter buscado "incansavelmente o di�logo e a concilia��o". Para ele, as cr�ticas que o Congresso sofre hoje s�o uma "incompreens�o da sociedade", fruto da velocidade com que as informa��es circulam nos dias atuais.
"Parece que as leis podem ser feitas sem o complexo processo de examinar suas repercuss�es e alternativas, ouvir os especialistas e a sociedade, formar consensos e maiorias. Contrastam com o tempo do Legislativo os tempos do Executivo e do Judici�rio, que podem decidir por um ato solit�rio", discursou.
Sarney exaltou o fato de o Senado estar informatizado, lembrou a implanta��o de 80% da reforma administrativa e falou dos desafios que a Casa ter� ao longo de 2013. "Est�o a� sem solu��o vis�vel a reforma tribut�ria, os royalties, o Fundo de Participa��o dos Estados e o Fundo de Participa��o dos Munic�pios, para citar exemplos de que ainda n�o se tem a consci�ncia pol�tica de que estes problemas n�o s�o regionais, mas nacionais."