
As duas estrat�gias foram debatidas h� dez dias em reuni�o com Lula, em S�o Paulo. Voltaram � pauta na segunda-feira em almo�o em Bras�lia do qual participaram integrantes do partido.
O PT discute a possibilidade de apoiar o PMDB em S�o Paulo, num movimento em que lan�aria o vice-presidente Michel Temer como candidato a governador. Essa solu��o daria � chapa o maior tempo de TV na disputa e abriria a vaga de vice de Dilma, facilitando a composi��o com o PSB, do governador Eduardo Campos (PE). O desenho com Temer na cabe�a de chapa � visto pelos petistas como a �nica possibilidade de o PMDB abrir m�o da vice-presid�ncia - o pr�-candidato peemedebista ao governo do Estado � o deputado Gabriel Chalita, que tem bom tr�nsito com o PT e dever� ser o novo ministro de Ci�ncia e Tecnologia.
A opera��o de rifar a candidatura pr�pria e apoiar um aliado reedita articula��o de 2009 para tentar emplacar Ciro Gomes (PSB-CE), ex-ministro de Lula, candidato a governador de S�o Paulo. Na ocasi�o, o ex-ministro chegou a trazer o t�tulo eleitoral do Cear� para S�o Paulo, mas o plano naufragou diante da resist�ncia do PT paulista - e da falta de entusiasmo do pr�prio Ciro.
Mas, como em 2009, o apoio a aliados encontra a resist�ncia de setores do PT. O PMDB tamb�m n�o � grande entusiasta da articula��o. Integrantes do partido ponderam que as chances de Temer se eleger governador numa disputa contra o tucano Geraldo Alckmin, pr�-candidato � reelei��o, s�o bem menores que as de se reeleger vice numa chapa de Dilma - isso se a economia melhorar, e a popularidade da petista n�o naufragar.
"Todas as solu��es s�o poss�veis. Lula j� me disse que o fundamental � ganhar o governo do Estado. Vamos fazer um esfor�o muito grande para isso acontecer", declarou o ex-prefeito de Osasco Em�dio de Souza, cotado para presidir o PT paulista. "A nossa prioridade � derrotar os tucanos em S�o Paulo. Para isso se configurar, n�o vamos medir esfor�os", completou.
Para o l�der da bancada petista na Assembleia, Alencar Santana, o partido tem de lan�ar um quadro pr�prio. "O PMDB com certeza � um aliado forte, mas hoje defendemos a candidatura de algu�m do PT", afirmou. "Por enquanto, n�o est� no nosso horizonte n�o ter essa candidatura."
A opera��o tem outro agravante. O PT pretende se aliar em 2014 com o PSD, de Gilberto Kassab, que pode ficar com a vaga para o Senado. Haveria, portanto, outro desgaste interno, dessa vez ao rifar a candidatura de Eduardo Suplicy � reelei��o no Senado para d�-la ao PSD. O PT indicaria um nome para vice-governador na chapa do PMDB.
Ministros
Diante da dificuldade de viabilizar a opera��o, a sa�da pode ser lan�ar candidato um ministro petista de Dilma. A� entram o veterano em disputas Aloizio Mercadante (Educa��o) e o novato em elei��es Guido Mantega (Fazenda), al�m de Alexandre Padilha (Sa�de), que perdeu g�s nos �ltimos meses por, segundo petistas, faltar uma marca em sua gest�o ministerial.
Um dos ministros mais fortes de Dilma hoje, Mercadante quer a indica��o. Contra ele pesam as duas �ltimas derrotas, em 2006 e 2010, para o PSDB. Al�m disso, depois da vit�ria de Fernando Haddad na elei��o municipal paulistana, Lula est� convicto de que, se o candidato for mesmo petista, o nome deve ser novo do ponto de vista eleitoral.
Assim, sobram Padilha e Mantega. Embora n�o tenha criado sua marca, o ministro da Sa�de n�o est� fora do p�reo. A atua��o na trag�dia de Santa Maria foi elogiada pelos petistas.
Sem respaldo partid�rio, Mantega seria uma experi�ncia � la Dilma e Haddad, ou seja, dependeria do esfor�o e articula��o pessoal de Lula. A favor dele est� o perfil de professor universit�rio, palat�vel � classe m�dia paulista, e o apoio de setores do empresariado. A dire��o do PT est� ciente de que a opera��o s� funcionaria se a economia estiver bem - o PIB de 2012, ainda a ser calculado, n�o deve ir al�m de 1%, e a tend�ncia � que os anos Dilma tenham crescimento inferior ao da era Lula. O lan�amento de Mantega teria outra vantagem: abriria a vaga no minist�rio, potencial alvo de mudan�as na gest�o Dilma.
Correndo por fora h� ainda outros dois ministros: Jos� Eduardo Martins Cardozo (Justi�a), pr�ximo de Dilma, mas sem apoio de Lula, e Marta Suplicy (Cultura), preterida pelo ex-presidente na elei��o para a Prefeitura em 2012, e que ainda enfrenta isolamento partid�rio.
Comando
Desde que Lula se elegeu presidente, a escolha dos candidatos do PT nas elei��es mais estrat�gicas passou a ser feita por ele, o que levou ao abandono de pr�ticas tradicionais, como as pr�vias. Na campanha de Haddad, Lula chegou a perguntar ao candidato se poderia ser o seu vice. A pergunta n�o foi em tom de brincadeira. Na ocasi�o, havia um impasse: Luiza Erundina (PSB) havia desistido da indica��o em raz�o da alian�a com Paulo Maluf (PP). Quando o assunto � elei��o, o petista coloca todas as cartas na mesa.