Em um discurso lido da tribuna do Senado diante de um plen�rio cheio de aliados pol�ticos, o pr�-candidato do PSDB � Presid�ncia da Rep�blica, senador A�cio Neves (MG), afirmou que a presidente Dilma Rousseff n�o governa o Pa�s, mas sim a "l�gica da reelei��o". No dia em que o PT realiza um ato para comemorar os 10 anos de gest�o petista no governo federal, A�cio Neves enumerou o que considera os 13 fracassos do PT - o n�mero � uma alus�o ao Partido dos Trabalhadores.
O tucano fez um discurso em que transitou por uma s�rie de temas como a queda do crescimento da ind�stria, a perda de credibilidade internacional por conta da manobra fiscal para fechar as contas do super�vit prim�rio em 2012, a destrui��o de empresas nacionais, como a Petrobras, as tentativas de cerceamento da liberdade de imprensa e a "complac�ncia com os desvios" ao fazer a defesa p�blica dos condenados no processo do mensal�o.
A�cio Neves afirmou que a presidente "chega � metade do trabalho longe de cumprir suas promessas da campanha de 2010". Ele disse que o Pa�s est� estagnado e que os recursos do governo t�m sido gastos somente com propaganda, como �, na opini�o dele, o Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC), uma das vedetes do governo federal.
O senador do PSDB disse que o governo foi poupado de um apag�o energ�tico no ano passado por duas raz�es: porque a economia teve um "p�ssimo desempenho" e, segundo ele, a infraestrutura do setor que foi constru�da pelo governo FHC. "Esse risco (do apag�o) s� n�o � maior porque o parque termoel�trico da gest�o Fernando Henrique Cardoso, t�o combatido pelo PT, opera com a capacidade m�xima", disse ele, ao ressaltar que "a grande verdade � que nos 10 anos o PT est� exaurindo a heran�a bendita do governo Fernando Henrique".
O tucano foi aplaudido em dois momentos no discurso do plen�rio. No primeiro aplauso, logo no in�cio da fala, quando A�cio disse que o PT se sentiria amea�ado pela blogueira cubana Yoani S�nchez, que est� em viagem pelo Pa�s. Na segunda-feira, a exibi��o de um filme em que ela critica a liberdade de express�o na ilha foi impedida por militantes de partidos de esquerda. No outro, ao final do discurso, quando disse que Dilma estava em campanha � reelei��o.
Ao final do discurso, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) pediu um aparte a A�cio Neves, que j� havia encerrado sua fala. Lindbergh rebateu o que considera um discurso de candidato que "n�o constr�i". Segundo o petista, A�cio n�o falou em nenhum momento de "pessoa", "gente" e "mis�ria" no pronunciamento.
Ironicamente, o tucano disse agradecer o "amigo" Lindbergh por t�-lo lan�ado candidato a presidente. Senadores tucanos, em seguida, sa�ram em defesa de A�cio Neves. "O povo do PT n�o sabe ouvir", rebateu o senador C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB), ao se referir � seca que assola a regi�o Nordeste, tradicionalmente uma das mais pobres do Pa�s. "Mais uma vez, o senador Lindbergh distorceu a liberdade. N�o fazemos oposi��o ao Brasil. Fazemos oposi��o a um governo que tem errado", completou o l�der do partido, Aloysio Nunes Ferreira (SP). Aliado do ex-governador Jos� Serra no partido, o l�der tucano disse que A�cio n�o faz uma manifesto eleitoral, mas uma reflex�o sobre os 10 anos de gest�o petista.
Conforme antecipou o Grupo Estado, o l�der do PT, senador Wellington Dias (PI), fez em seguida um discurso de contraponto ao de A�cio Neves. Mas o pronunciamento do petista est� totalmente esvaziado. Primeiro, foi interrompido no in�cio da sua fala por conta do barulho no plen�rio diante dos cumprimentos a A�cio Neves. At� parlamentares da bancada de Wellington Dias deixaram o plen�rio durante o discurso do colega.