Ciro Gomes critica Eduardo Campos, mas governador evita pol�mica

Potencial candidato � Presid�ncia da Rep�blica, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, preferiu n�o polemizar com seu correligion�rio, Ciro Gomes, que afirmou nesse domingo, em Fortaleza, que o considera desprovido de vis�o e de projeto para o pa�s. "Discordo da opini�o dele e essa n�o � a opini�o do partido", reagiu Campos, presidente nacional do PSDB, nesta segunda, depois de fazer palestra na abertura de semin�rio promovido pela revista Carta Capital, no Recife, com o tema "Nordeste: como enfrentar as dores do crescimento".

No evento, Campos defendeu que para crescer no s�culo 21 de forma mais equilibrada - depois de por fim � infla��o e aumentar a distribui��o de renda -, o Brasil precisa reduzir as desigualdades regionais. Destacou que as desigualdades - que n�o se limitam ao Nordeste, mas se estendem tamb�m pelo Sudeste e regi�o de fronteiras - devem ser superadas como forma de "n�o reproduzir o mesmo padr�o dos 500 anos de hist�ria do Pa�s, onde alguns vivem uma realidade que se assemelha aos melhores pa�ses da Europa e outros moram em situa��es que se assemelham �s piores condi��es vividas no territ�rio africano".

Cr�tica geral

"Isso n�o � nenhuma novidade, ele (Ciro) vem falando isso, s� que desta vez ele falou em rela��o a Dilma, a A�cio, a Marina, a todos", disse ao comentar que a cr�tica de Ciro referiu-se tamb�m � presidente - lan�ada � reelei��o semana passada pelo ex-presidente Lula - e aos poss�veis candidatos � Presid�ncia A�cio Neves (PSDB) e Marina Silva, que est� criando um novo partido, o Rede Sustentabilidade.

Indagado se o caminho de Ciro ser� a sa�da do PSB, o governador observou que o PSB � um partido democr�tico, no qual as pessoas t�m direito de ter suas opini�es. "Mas o debate sobre o que o partido vai fazer ou deixar de fazer deve ser travado no momento certo, nas inst�ncias certas", afirmou.

Sobre uma eventual movimenta��o do governo federal para tirar o PSB do p�reo na disputa presidencial em 2014 - com a eventual ajuda dos irm�os Ciro e Cid Gomes, governador do Cear� - Eduardo reiterou o discurso de que o partido n�o est� pensando nisso. "� hora de juntar o Brasil, discutir o que interessa com a popula��o", disse, ao frisar "o tamanho do desafio que o Pa�s tem pela frente: vencer as desigualdades regionais".

O governador disse que n�o ir� comparecer ao encontro do PT em Fortaleza, dentro das comemora��es dos 10 anos da legenda no governo federal - "o partido ser� representando pelo vice-presidente Roberto Amaral".

Desenvolvimento regional

Na palestra, Eduardo Campos destacou que estudos do Banco do Nordeste indicam que se o Nordeste crescer 1% acima do Brasil, ser�o necess�rios 46 anos para se igualar � renda m�dia regional com a nacional. Se este crescimento for 3% acima, ser� preciso um per�odo de 16 anos. Para ele, o caminho � uma pol�tica de desenvolvimento regional que se transforme num sistema, para que n�o se dependa de governante A ou B, mas que seja uma pol�tica de Pa�s - o que ainda inexiste.

"O que existem s�o iniciativas do governo, fundos, pol�ticas setoriais para a regi�o", afirmou. Ele elogiou o esfor�o feito em 2007, pelo governo do ex-presidente Lula para definir uma pol�tica que est� sendo discutida neste momento, por iniciativa do governo federal. Lembrou que no ano passado, foram realizados encontros nos Estados para desenhar essa pol�tica e no final deste primeiro semestre, haver� uma confer�ncia, em Bras�lia, convocado pelo pr�prio governo federal, para defini��o desta pol�tica e deste sistema. "Acho uma bela iniciativa".