Com a campanha nas ruas, sob ataques da oposi��o e pressionada pela movimenta��o eleitoral do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), a presidente Dilma Rousseff lan�ou uma ofensiva para cimentar a alian�a com o PMDB para 2014. A f�rmula combina gestos simb�licos e a promessa de mais presen�a na Esplanada para o partido. O primeiro passo ser� a presen�a de Dilma na conven��o do PMDB, no pr�ximo s�bado .
O objetivo do Planalto � sinalizar que o PMDB � o aliado preferencial para a sucess�o de 2014. O partido recebeu ainda o aceno de que poder� vir a ser contemplado com o minist�rio “top” na vis�o de peemedebistas: o dos Transportes, que a presidente pretende entregar a Minas Gerais. Um dos cotados � o deputado Leonardo Quint�o, que em 2012 abriu m�o de sua candidatura a prefeito de Belo Horizonte, para apoiar a alian�a com o PT.
Ao mesmo tempo em que consolida a alian�a com o PMDB, a presidente tamb�m arquiteta uma recomposi��o com o setor empresarial. Dilma vai se reunir com os pesos pesado do PIB nacional para se contrapor ao discurso tucano, que tem centrado cr�ticas no desempenho da economia.
A presidente participar� nesta quarta-feira, no Planalto, da reuni�o que vai comemorar os dez anos de cria��o do Conselho de Desenvolvimento Econ�mico e Social (CDES). Este est� sendo considerado mais um ato de campanha, j� que o governo quer exaltar o “Conselh�o” como mais um marco dos dez anos de governo petista e injetar �nimo nos empres�rios.
No encontro, ao qual estar�o presentes empres�rios e representantes da sociedade civil, a presidente Dilma vai se dedicar a bombardear o discurso pessimista sobre a economia, embalado pelo PSDB nos �ltimos dias. Ela n�o pretende responder diretamente ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que a chamou de “ingrata” e disse que a presidente “cospe no prato em que comeu”. A ideia � continuar fazendo balan�os e mostrar resultados positivos alcan�ados pelo governo petista.
Os tucanos t�m criticado em seus discursos a alta da infla��o e o baixo crescimento do Pa�s. A oposi��o n�o se cansa de proclamar que o IPCA, um dos principais indicadores inflacion�rios, fechou em alta de 0,86%, maior �ndice nos �ltimos dez anos, e que a pr�via do Produto Interno Bruto (PIB) de 2012, divulgada semana passada pelo Banco Central, apontou para uma expans�o de 1,64% da economia, bem menor do que a expectativa do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O governo insiste em responder que medidas foram tomadas contra a crise e que os resultados est�o sendo aguardados. Este discurso ser� repetido hoje no Conselh�o pela presidente, que pretende apresentar estat�sticas e dados positivos, como a concess�o de portos e aeroportos. Tais medidas, acredita, permitir�o a amplia��o dos investimentos da iniciativa privada em projetos estrat�gicos.
A movimenta��o de partidos da base aliada tamb�m est� na mira de Dilma, para evitar defec��es em 2013, prejudicando o projeto da reelei��o. Por isso os afagos ao PMDB. A conven��o de s�bado (2) consagrar� e reiterar� Michel Temer como presidente de honra do partido. Hoje Temer est� licenciado desse cargo, mas continua sendo a maior lideran�a do partido.
Durante a conven��o tamb�m ser� escolhida a nova dire��o do PMDB. Ao prestigiar Temer, Dilma deixa claro que o quer na Vice-Presid�ncia tamb�m em 2014. O ex-presidente Lula, padrinho pol�tico de Dilma e arquiteto da sua reelei��o, chegou a sugerir nos bastidores que a Vice fosse entregue ao PSB em 2014 para evitar que Eduardo Campos se lan�asse candidato.
A especula��o provocou ru�dos na rela��o do PT com o PMDB. Agora a ideia foi abandonada pelos petistas.
Dilma recebeu nessa ter�a-feira, em seu gabinete, por duas horas, o governador do Cear�, Cid Gomes (PSB), tr�s dias ap�s o irm�o dele, Ciro Gomes, ter atacado todos os presidenci�veis - o correligion�rio Eduardo Campos, inclusive, al�m de Marina Silva e A�cio Neves. Ciro disse que o governador de Pernambuco e presidente do PSB n�o tem vis�o de Brasil e nem proposta para o Pa�s. O Pal�cio do Planalto conta com os irm�os Gomes como cabos eleitorais de Dilma.