Depois de ficar sitiado por estudantes que protestaram contra sua elei��o e virar alvo de uma peti��o com mais de 1,3 milh�o de assinaturas pela sua cassa��o, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) finalmente encontrou nesta sexta-feira um c�modo de aconchego e calor humano dentro do Congresso Nacional, onde ouviu gritos que n�o eram de protesto, mas de exalta��o ao seu nome. Foi no audit�rio Petr�nio Portella, onde centenas de jovens estavam reunidos para a Conven��o Nacional da Juventude do PMDB. O cenho franzido, os l�bios arcados para baixo e os passos �geis quando anda pelos corredores exposto � imprensa, parlamentares ou turistas foram automaticamente substitu�dos pelo sorriso alegre, express�o af�vel, relaxamento dos ombros e os bra�os abertos quando entrou no o�sis peemedebista e ouviu o coro de "Renan � meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo" e "Renan, de novo, re-pre-sen-tan-do o povo!". Em seu discurso, o expansivo senador de olhos brilhantes relembrou aos participantes uma frase dita por ele dias atr�s. "Sabe gente, quando me perguntaram o que eu achava dos protestos ao meu nome (para presidir o Senado novamente), eu respondi que se eu fosse jovem tamb�m estaria participando desses protestos..." Aplausos e gritos de incentivo. "Porque h� duas maneiras de se fazer pol�tica: uma � ficando de fora e a outra � participar, � entrar nos partidos". Mais aplausos, mais gritos de incentivo. E aproveitou para criticar o "comodismo" dos que "ficam l� fora, reclamando". Renan ainda assistiu ao presidente da Juventude do PMDB, Gabriel Sousa, reconhecer que faltou mobiliza��o dos jovens militantes, que deveriam ter ido �s ruas defender a moral do senador, em nome de sua trajet�ria e de sua hist�ria pol�tica. O que serviria para fazer um contraponto aos mais de 1,6 milh�o de cidad�os signat�rios de uma peti��o on-line que pedia seu impeachment h� duas semanas. Logo depois dos discursos, o parlamentar ainda foi tietado pelos jovens. Tirou fotos sorridentes, abra�os, cumprimentos, recebeu palavras de incentivo e distribuiu conselhos. O estado de relaxamento durou pouco e logo depois dos discursos, ao passar pelo porta do audit�rio, deixou para tr�s a candura, reassumiu a caracteriza��o dura e enfrentou uma batelada de microfones e gravadores da imprensa.