Al�m do indiciamento, a constru��o – avaliada em pelo menos R$ 25 milh�es com 7,5 mil metros quadrados, mas hoje abandonada e depredada – pode trazer outras dores de cabe�a para seus investidores. De acordo com a Pol�cia Federal, a apura��o do il�cito eleitoral trouxe � tona “ind�cios de outros crimes” e, por isso, foi pedida tamb�m a remessa das provas colhidas � Receita Federal e ao Minist�rio P�blico Federal para poss�veis provid�ncias. A investiga��o apontou que nas informa��es apresentadas ao Le�o referentes � declara��o simplificada de pessoa jur�dica do castelo, inativa de 2007 a 2011, o empreendimento est� em nome de um ex-funcion�rio de Edmar Moreira, Geraldo Pedrosa, que morreu em 2006. No relat�rio, a PF afirma que Geraldo, que trabalhou durante 27 anos com a fam�lia, consta como s�cio-administrador do Hotel Castelo Monaliza perante a Receita Federal, desde a funda��o do empreendimento, mas n�o na rela��o de s�cios registrada na Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg).
Distor��es
Para a apura��o do crime eleitoral, o TRE-MG autorizou a quebra do sigilo fiscal do deputado Leonardo Moreira, atendendo a pedido da Pol�cia Federal. A devassa na vida financeira do parlamentar terminou por demonstrar tamb�m que em suas declara��es � Receita ele informou que o capital social da empresa era de R$ 1,17 milh�o, mas nunca foi integralizado e, por n�o ter faturamento, era declarada como microempresa. Entretanto, a fam�lia tentou negociar o castelo em 2009 por R$ 25 milh�es, total bem superior ao declarado oficialmente. Para a PF, ao tentar esclarecer as negocia��es envolvendo seu empreendimento, Leonardo Moreira admitiu que promoveu “movimenta��es financeiras fora do sistema banc�rio”. Entre elas, estaria o saque de um cheque no valor de R$ 500 mil, referente � venda de um im�vel. Para a pol�cia, uma tentativa de “frustrar a penhora de d�bitos trabalhistas” de tr�s empresas de vigil�ncia de sua fam�lia, com sede em S�o Paulo.

Era uma vez uma elei��o...
Os problemas causados � fam�lia do ex-deputado federal Edmar Moreira pela propriedade do castelo tiveram in�cio em 2009, logo depois que o parlamentar foi eleito corregedor da C�mara e 2º vice-presidente da Casa. Moreira atraiu para si todas as aten��es depois de defender que os deputados n�o deveriam ser julgados por seus pares. Ele alegou falta de isen��o em raz�o do “v�cio insan�vel da amizade”. Uma gota d’�gua no mar j� revolto das insatisfa��es que Moreira angariou ao se candidatar � corregedoria, contrariando a indica��o do seu partido na �poca, o DEM. Depois da declara��o, pipocaram v�rias den�ncias contra o parlamentar, como a exist�ncia de uma a��o penal para apurar a apropria��o ind�bita de valores referentes ao INSS de servidores de suas empresas. Mas nada chamou tanta a aten��o quanto a propriedade da extravagante constru��o em S�o Jo�o Nepomuceno, que n�o constaria de sua declara��o de bens.
Moreira conseguiu provar que fez a doa��o do im�vel a seus filhos, entre eles, o deputado estadual Leonardo Moreira, mas j� estava amea�ado de expuls�o do partido. Ele preferiu renunciar ao cargo na C�mara e deixar o DEM, mas n�o conseguiu se desvencilhar da maldi��o do castelo. A divulga��o da imagem do im�vel fez com que o caso ganhasse contornos de esc�ndalo nacional. E arrastou para o centro da pol�mica tamb�m o deputado estadual Leonardo Moreira. Apesar de ter recebido o im�vel como doa��o, ele n�o declarou sua posse � Justi�a Eleitoral ao se candidatar a uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas. A omiss�o acabou gerando a instaura��o do inqu�rito contra o parlamentar tucano, agora indiciado por crime eleitoral. Depois do esc�ndalo, Edmar Moreira n�o conseguiu se reeleger como deputado federal. Em 2011, ele assumiu o cargo de vice-presidente da Minas Gerais Participa��es, mas saiu 11 dias depois.
O castelo tem 36 su�tes, com m�rmore por todos os lados, sendo que um dos quartos ocupa tr�s andares de uma de suas torres, com piscinas, lago e jardins. No entanto, a constru��o est� inacabada e marcada pelo abandono. Segundo o parlamentar, a inten��o da fam�lia era transformar o local em um hotel de luxo, mas a dificuldade de acesso � cidade inviabilizou os planos. O im�vel est� � venda desde 2009, depois de ser avaliado em R$ 25 milh�es, conforme anunciado pelo pr�prio Edmar Moreira. N�o apareceram compradores para a mans�o, que tem ainda dois elevadores parados que deveriam dar acesso aos seus seis andares. A cozinha industrial, que fica no primeiro andar, e a sauna tamb�m est�o desativadas.