Bras�lia, 02 - Numa disputa acirrada, o deputado federal Ricardo Izar (PSD-SP) foi eleito nesta ter�a-feira presidente do Conselho de �tica e Decoro Parlamentar da C�mara, enfrentando a press�o contr�ria do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e de parte dos l�deres dos partidos. Por um voto - o placar foi de 11 a 10 -, Izar venceu o deputado federal Marcos Rog�rio (PDT-RO) na elei��o secreta para o conselho. "Foi uma vit�ria apertada, mas mostra que o Conselho de �tica � independente. Aqui, n�o tem press�o de lideran�a, cada um vai votar com independ�ncia e com sua consci�ncia", afirmou o deputado federal do PSD de S�o Paulo.
O l�der do PDT na C�mara, Andr� Figueiredo (CE), reclamou e disse que a indica��o para o cargo pertencia � legenda. "Existe um acordo que � o respeito �s defini��es interpartid�rias", disse. O PMDB amea�ou n�o aprovar, no plen�rio, o projeto que cria fun��es para o PSD, em repres�lia � candidatura de Izar. Figueiredo n�o obteve a indica��o do PDT para ocupar uma vaga entre as 21 de titulares do Conselho de �tica e Decoro Parlamentar. Ele entrou em lugar cedido pelo PR.
Izar contestou a exist�ncia de acordo que asseguraria a presid�ncia para o PDT. "Acordo � quando � feito entre todos os partidos. Nenhum acordo foi descumprido." De acordo com ele, teria havido uma promessa de campanha de Alves. "O entendimento foi entre o ent�o candidato � presid�ncia da Casa e o PDT", afirmou.
Izar assumiu a cadeira com a proposta de acabar com a barreira que tem impedido o colegiado de abrir processo de cassa��o de deputados por falta de decoro. O obst�culo foi a inclus�o de uma an�lise preliminar dos pedidos de anula��o de mandato encaminhados ao conselho. Desde essa altera��o, o �rg�o tem tido um papel praticamente decorativo, sem mais poder apurar as den�ncias contra os deputados.
O pai do novo presidente do Conselho de �tica e Decoro, de mesmo nome, Ricardo Izar, que morreu em maio de 2008, v�tima de fal�ncia m�ltipla dos �rg�os, comandou o colegiado durante o processo de cassa��o dos deputados acusados de envolvimento no mensal�o. O filho declarou n�o acreditar que a decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou tr�s denunciados que exercem mandato parlamentar, volte para an�lise do Conselho de �tica.