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Estado de Minas

Coronel-aviador narra opera��o para matar Jango em 61


postado em 04/05/2013 18:36 / atualizado em 04/05/2013 18:43

Roberto Baere foi um aviador que denunciou a trama para abater avião em que estava João Goulart, em 1961 (foto: Reprodução/Facebook)
Roberto Baere foi um aviador que denunciou a trama para abater avi�o em que estava Jo�o Goulart, em 1961 (foto: Reprodu��o/Facebook)
Em depoimento neste s�bado � Comiss�o Nacional da Verdade (CNV), no Rio, o coronel-aviador da reserva Roberto Baere contou detalhes da Opera��o Mosquito, conspira��o de oficiais da Aeron�utica para matar Jo�o Goulart em 1961. O ent�o vice, conhecido como Jango, estava prestes a assumir a Presid�ncia da Rep�blica ap�s a ren�ncia de J�nio Quadros, em 25 de agosto, mas um grupo de militares de direita queria impedir a posse.

Goulart, do PTB, era apoiado por partidos de esquerda e identificado com o presidente Get�lio Vargas, que se matara em 1954 para reagir a press�es de setores golpistas ligados � UDN. Quando J�nio renunciou ao governo, em 25 de agosto de 1961, Goulart estava em viagem � China. Ciente da oposi��o da direita militar e civil, o vice demorou dias para voltar. S� chegou em 31 de agosto e desembarcou em Porto Alegre, onde n�o corria riscos porque as tropas ga�chas eram leais ao governo, assim como seu cunhado, o governador Leonel Brizola (PTB), que montara uma rede de r�dios para apoiar a sua posse na Presid�ncia - a Cadeia da Legalidade. Mas Jango precisava ir para Bras�lia, o que s� ocorreu em 5 de setembro, depois que um acordo pol�tico resultou na aprova��o do parlamentarismo. O plano dos golpistas era abater o avi�o em que Goulart faria essa viagem.

Baere, ent�o tenente do 1º Grupamento de Avia��o de Ca�a da Base A�rea de Santa Cruz, na zona oeste do Rio, contou neste s�bado (4) ter recebido ordens do comandante da base, o tenente-coronel Paulo Costa (que j� morreu), para preparar os ca�as que seriam usados no ataque ao avi�o que transportava o vice-presidente. Baere e tr�s colegas se recusaram a cumprir a miss�o e pediram para n�o serem escalados. "Pedimos que ele n�o nos escalasse porque entramos nas For�as Armadas para defender a Constitui��o e n�o agredi-la."

O plano acabou n�o sendo colocado em pr�tica, mas Baere passou a ser perseguido e foi punido tr�s anos depois, j� durante a ditadura, institu�da pelo golpe de 31 de mar�o de 1964. "Fui sumariamente expulso, ap�s ficar 50 dias incomunic�vel na pris�o policiado na porta por um oficial portando metralhadora, como se fosse um marginal de alta periculosidade", afirmou.

Durante a audi�ncia p�blica promovida neste s�bado (4), a CNV ouviu depoimentos de v�rios militares que se opuseram ao golpe e foram punidos. Em 25 de mar�o daquele ano, sete dias antes da deposi��o de Goulart, o fuzileiro naval Paulo Novais Coutinho foi enviado ao Sindicato dos Metal�rgicos, no centro do Rio, com ordens para dispersar uma reuni�o da Associa��o de Marinheiros e Fuzileiros Navais considerada ilegal pelo comando da Marinha. "Eu era da Companhia de Pol�cia e fui, em um pelot�o de 39 homens, para reprimir a reuni�o. Mas a assembleia estava apoiando Goulart e, em vez de combater os colegas, colocamos as metralhadoras no ch�o, entramos no sindicato e apoiamos o movimento", narra.

Coutinho acabou preso por 9 meses e expulso por indisciplina. "S� consegui voltar � Marinha em 1989, mas at� hoje somos vistos com preconceito", diz.


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