(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ERRO REPARADO

Membro do PC Brasileiro desde 1942, Armando Ziller ter� de volta, simbolicamente, o mandato de deputado

Homenagem deve ocorrer ainda neste semestre


postado em 09/06/2013 07:00 / atualizado em 09/06/2013 07:43

Juliana Cipriani

Ziller era o único braço do partidão em Minas Gerais(foto: Arquivo EM)
Ziller era o �nico bra�o do partid�o em Minas Gerais (foto: Arquivo EM)
Um dos mais antigos comunistas do Brasil, Armando Ziller ter� de volta, simbolicamente, o mandato cassado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais em 1948 por causa da extin��o do Partido Comunista pelo ent�o presidente marechal Eurico Gaspar Dutra. Vinte e um anos depois de sua morte, na esteira da devolu��o do t�tulo de senador (1988-1990) a Luiz Carlos Prestes, foi apresentado um projeto de resolu��o para reparar a situa��o do �nico representante do grupo no Legislativo mineiro. Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, Ziller era o �nico bra�o do partido em Minas, eleito deputado constituinte em 1947.

Sindicalista, Armando Ziller foi eleito em meio a repress�es aos partid�rios comunistas. Era membro do PCB desde 1942 e liderava em Minas um movimento pela manuten��o de ideais marxistas. Foi presidente do sindicato e da federa��o dos banc�rios e dirigente das confedera��es nacional e internacional da mesma categoria.

Assim como Prestes, teve o mandato extinto em janeiro de 1948, quando o governo Dutra colocou o chamado “partid�o” de volta � clandestinidade. Fundado em 1922, o PCB foi colocado na ilegalidade j� no ano de sua funda��o. Anos depois, na d�cada de 1940, j� tendo Prestes em sua lideran�a, conseguiu o registro eleitoral e elegeu uma forte bancada. Em 1947, o PCB teve o registro cassado mais uma vez pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que comunicou �s assembleias a destitui��o do partid�o.

Um dos filhos de Armando Ziller, o publicit�rio Arnaldo Ziller, de 73 anos, disse que, embora tardia, a iniciativa corrige um estado de exce��o vivido no pa�s. Segundo ele, o pa�s est� recuperando a mem�ria de pol�ticos que foram massacrados injustamente. “Ele (Ziller) sempre foi um homem de car�ter irreprov�vel, de posi��o e atitude, conduziu muito bem a lideran�a no sindicato e confedera��o e representou muito bem o Brasil em congressos no exterior. Para n�s, � uma satisfa��o quando h� o reconhecimento da sociedade ao corrigir essa situa��o”, afirmou.

EXILADO Al�m da homenagem na Assembleia de Minas, que deve ocorrer ainda neste semestre, a fam�lia de Ziller luta para obter indeniza��o na Comiss�o de Anistia do Minist�rio da Justi�a. Isso porque Ziller, al�m de ter o mandato cassado, ficou quase 20 anos fora do pa�s para n�o ser preso durante o regime militar. Ele era aposentado do Banco do Brasil em 1964 e atuava como professor em Genebra, na Su��a, quando foi deflagrado o golpe. Mesmo fora do pa�s, foi julgado e condenado a anos de pris�o e s� p�de voltar ao pa�s em 1980, depois da anistia concedida pelo governo Figueiredo.

“Estamos aguardando o resultado do processo. Ele foi perseguido e julgado � revelia porque n�o estava no pa�s e nossa fam�lia foi desmembrada por 17 a 18 anos, enquanto durou a ditadura. H� um preju�zo muito grande n�o s� na forma��o familiar, mas na trajet�ria pol�tica que meu pai teria e foi cortada”, afirmou Arnaldo Ziller. Autora da proposta de devolu��o do mandato, a deputada estadual Luzia Ferreira (PPS) disse que o ato � importante para a democracia. “� um reconhecimento da legitimidade de um mandato que o povo deu a ele e um ato contra a aus�ncia de liberdade”, afirmou a parlamentar. Ziller morreu em maio de 1992 de ataque card�aco.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)