Preocupada com a montagem dos palanques estaduais para sua reelei��o, a presidente Dilma Rousseff entrou na articula��o para impedir deser��es de aliados, � custa de cargos no governo. Ao receber nessa quarta-feira (12) a ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT), que amea�a migrar para o PSB do governador Eduardo Campos (Pernambuco), Dilma lhe ofereceu uma cadeira na assessoria especial da Secretaria de Pol�ticas para Mulheres.
A presidente fez o convite ao pedir a Luizianne que fique no PT e ajude sua campanha. Al�m disso, afagou a ex-prefeita ao dizer que confia no acordo entre ela e o deputado Jos� Guimar�es (CE), l�der do PT na C�mara, em nome do projeto nacional.
Apesar das iniciativas de Dilma, a ex-prefeita ainda avalia a oferta de Eduardo Campos, poss�vel candidato do PSB � Presid�ncia. “N�o vou esnobar quem olhou para mim num momento de isolamento”, avisou. Em confronto com o governador do Cear�, Cid Gomes (PSB), Campos prop�s a Luizianne a candidatura ao Senado ou at� ao governo cearense pela sigla que preside.
Com problemas na Bahia e em Pernambuco, onde PT, PMDB e PSB n�o se entendem, Dilma tenta construir um palanque �nico e forte no Nordeste. Ela avalia que a miss�o � vi�vel no Cear�, desde que “segure” a insatisfa��o de Luizianne. No cen�rio dos sonhos palacianos, o PT e o PSB abririam m�o da cabe�a de chapa para apoiar a candidatura do l�der do PMDB no Senado, Eun�cio Oliveira, ao governo do Cear�.
“Eu sou o fiador da alian�a com o PMDB e o PSB no Estado”, resumiu o deputado Guimar�es, que tem maioria no PT do Cear� e quer disputar o Senado. Desafeto de Luizianne, ele tamb�m foi recebido por Dilma nos �ltimos dias.
No Rio
Na tentativa de neutralizar as investidas de Eduardo Campos, a presidente conversou recentemente, tamb�m, com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Pr�-candidato ao governo do Rio, Lindbergh � pressionado pelo PMDB a desistir da disputa para apoiar Luiz Fernando Pez�o (PMDB), atual vice. O governador do Rio, S�rgio Cabral (PMDB), chegou a condicionar o apoio a Dilma � desist�ncia de Lindbergh. Ciente do impasse, Campos assediou o petista, mas Dilma pediu a este que se mantenha no PT, prometendo resolver a situa��o. “O jacar� est� aqui esperando, de boca aberta”, brincou Campos.
“As rela��es mais tensas que temos com o PT s�o no Rio, na Bahia e no Cear�”, admitiu o senador Valdir Raupp (RO), presidente do PMDB.
Em busca de ades�es para 2014, a ofensiva do governo incluiu o PTB do ex-deputado Roberto Jefferson, delator do mensal�o. Na esperan�a de impedir a alian�a com Campos ou mesmo com A�cio Neves (MG), prov�vel candidato do PSDB ao Planalto, Dilma p�s o presidente do PTB, Benito Gama, no Banco do Brasil. “Mesmo com toda essa a��o, o PSB est� qualificando sua presen�a no debate pol�tico”, disse Eduardo Campos.