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Estado de Minas

Bol�var Lamounier afirma que Dilma precisa ouvir as ruas


postado em 17/06/2013 21:31 / atualizado em 17/06/2013 22:23

O cientista pol�tico Bol�var Lamounier afirmou em entrevista ao Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, que a presidente Dilma Rousseff deveria primeiro escutar a voz das ruas para depois se posicionar sobre a onda das manifesta��es que est�o acontecendo no Pa�s. "A rua tem que definir a sua agenda, escolher seus representantes para abrir o di�logo e s� depois � que a presidente deve se pronunciar."

Para ele, � importante que o movimento - que come�ou com atos contra o aumento das tarifas de transporte p�blico e estendeu suas reivindica��es para quest�es como combate � corrup��o e gastos excessivos para eventos esportivos, como a Copa do Mundo - deixe de lado o 'romantismo' da manifesta��o e busque compromissos que possam efetivamente mudar as insatisfa��es da sociedade. "O romantismo � importante, mas da� n�o sai uma solu��o pol�tica para os problemas", disse. "Alguns problemas n�o ter�o solu��o t�o cedo. Uma hora os manifestantes t�m que entender que � preciso baixar a bola e tentar ser mais objetivo. Ver o que se pode fazer no curto e m�dio prazo", ponderou. "Os dois lados (governo e manifestantes) v�o ser questionados."

Segundo Lamounier, a popula��o se mostra insatisfeita com a atual agenda pol�tica, principalmente em termos econ�micos e sociais. "O que se tem reclamado � da falta de prioridades eficientes para os gastos do governo. Acho que esse � o ponto central e o fio condutor dos protestos." Para ele, a "ilus�o da classe m�dia feliz" acabou. "As pessoas est�o sofrendo com a infla��o, vendo gastos fara�nicos com a Copa do Mundo. Ningu�m est� satisfeito."

De acordo com Lamounier, ainda � preciso instaurar o di�logo para definir as solu��es. "� preciso revigorar a imagem do governo", disse, explicando que isso pode acontecer com alguma mudan�a de minist�rio. Ele ressaltou ainda que, para essa mesa de negocia��o, ser� preciso buscar interlocutores com uma boa imagem perante a popula��o. "O que n�o ser� f�cil."

Ele destacou ainda que o movimento dos caras-pintadas que, em 1992, conseguiu o impeachment do ent�o presidente Fernando Collor tem em comum com o de hoje o fato de ser "altamente emocional". No entanto, ele pondera de que "a solu��o estava embutida na pr�pria manifesta��o". "N�o � o caso agora", refor�ou.

Redes sociais

O fen�meno do uso das redes sociais ainda n�o � compreendido pela classe pol�tica brasileira, destacou o cientista pol�tico. "A imensa maioria dos pol�ticos n�o est� antenada nisso", disse, ressaltando que a mobiliza��o que tem acontecido por meio das redes sociais vai modificar o rumo pol�tico do Pa�s.

De acordo com ele, � justamente a mobiliza��o por meio da internet que tem feito com que o n�mero de protestos por todo o mundo cres�a. "No caso das mobiliza��es internacionais, o �nico elemento em comum com as manifesta��es brasileiras � a rede social. O Brasil est� com a democracia funcionando", afirmou, ao destacar que no mundo �rabe, por exemplo, a luta � contra regimes ditatoriais.

Heran�a de sonhadores

Questionado se boa parte dos jovens manifestantes de hoje no Brasil tende a buscar uma alternativa pol�tica que possa dar for�a a uma candidatura fora do eixo PT-PSDB e beneficiar a eventual candidatura da ex-senadora Marina Silva nas elei��es presidenciais de 2014, Lamounier afirmou que "� poss�vel que na base do romanticismo, pode ser que ela se beneficie um pouco". "Mas ainda � um pouco cedo para avaliar", completou.

Lamounier disse que a ocasi�o � "uma �tima oportunidade" para o governo engavetar o projeto de lei que tenta barrar a cria��o de partidos e, com isso, prejudicar uma eventual candidatura de Marina, que tenta fundar a sigla Rede Sustentabilidade. "O Congresso deveria jogar esse projeto no lixo amanh�. � preciso parar com essa arrog�ncia do governo. � um casu�smo sem tamanho", avaliou Lamounier, que tamb�m � fundador do Instituto de Estudos Econ�micos, Sociais e Pol�ticos de S�o Paulo (Idesp).


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