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Estado de Minas

Antigos s�mbolos do Brasil renascem nos protestos das ruas

Bandeira, hino e cores nacionais ressurgem nas ruas das cidades de todo o pa�s como ferramentas de protesto


postado em 21/06/2013 08:13 / atualizado em 21/06/2013 08:30

Manifestantes pintam os rostos com as cores do Brasil, antes do protesto que aconteceu ontem no Rio por melhor qualidade no transporte, contra a violência policial e a corrupção(foto: Sérgio Moraes/Reuters)
Manifestantes pintam os rostos com as cores do Brasil, antes do protesto que aconteceu ontem no Rio por melhor qualidade no transporte, contra a viol�ncia policial e a corrup��o (foto: S�rgio Moraes/Reuters)

Os protestos que tomam conta das ruas de todo o pa�s h� uma semana est�o fazendo renascer s�mbolos brasileiros que andaram esquecidos desde o per�odo da ditadura militar, como o Hino Nacional, a Bandeira do Brasil e as cores oficiais: o verde e o amarelo. Jovens respons�veis pela mobiliza��o, que reivindica melhorias no transporte p�blico, sa�de, educa��o e cobra o combate efetivo � corrup��o, entoaram v�rias vezes e com desenvoltura a complicada letra do hino. E ontem, mais uma vez, torcedores que acompanhavam o jogo no Maracan�, entre Espanha e Haiti, cantaram sozinhos e depois lan�aram m�o de uma das palavras de ordem mais comuns nos tempos de chumbo: “O povo unido jamais ser� vencido”. Com esse slogan, usado pelos opositores do regime, a legi�o de jovens tem lan�ado m�o nos protestos de cartazes com dizeres do hino como: “Ver�s que um filho teu n�o foge � luta”, que serviu aos militares durante a ditadura. Uma mistura que tem deixado desorientados at� os mais atentos observadores.





O soci�logo Rud� Ricci, mestre em ci�ncias pol�ticas e doutor em ci�ncias sociais, adverte que tudo que vem acontecendo � muito novo e n�o pode ser compreendido plenamente em apenas uma semana. Ele n�o acredita, no entanto, que a valoriza��o dos s�mbolos nacionais pela juventude possa ser interpretado a apenas como um sentimento ufanista. Para Rud�, o que os jovens – dos quais 70% nunca tinham participado de qualquer tipo de reivindica��o – querem demonstrar � que “gostam do Brasil, mas n�o s�o bobos”. “Eles sabem que o Brasil tem dinheiro e que tem investido em coisas erradas, como est�dios de futebol, aeroportos, em detrimento de educa��o, sa�de e transporte”, diz. O soci�logo diz ainda que cantar o Hino Nacional em massa pode ser tamb�m uma forma de aplacar a repress�o policial. “Desde as d�cadas de 1960 e 1970 existe uma t�cnica de gritar palavras de ordem para serem repetidas em ondas pela multid�o. Esses jovens aprenderam muito r�pido a ocupar as ruas e hoje fazem isso, s� que usando o hino”, explica.

Colcha

Para explicar essa colcha de retalho em que se transformaram os protestos que pipocam por todo o pa�s, � preciso entender que os jovens que ocupam as ruas hoje n�o formam uma “massa”, com um ideal �nico. Segundo Rud�, s�o grupos que se juntam para protestar com bom humor, rebeldia e irrever�ncia, caracter�sticas t�picas do povo brasileiro. “Estou chamando esses protestos de carnavaliza��o da pol�tica, porque n�o t�m um �nico ideal, como derrubar a ditadura, por exemplo. Alguns estudantes que ocupam o espa�o p�blico est�o ali simplesmente porque foram convidados por um amigo”, analisa. Ele lembra que uma das palavras de ordem muito usadas nos protestos de hoje � “O gigante acordou” ou o “Gigante n�o est� adormecido”, que remete a uma propaganda de u�sque importado. Isso sem nenhuma preocupa��o, de em seguida, gritar frases do Hino Nacional. “N�o podemos dizer que isso � nacionalismo. A verdade � que esses s�mbolos v�m sendo retomados em defesa do pa�s, desde que os caras-pintadas tomaram as ruas em defesa do impeachment do ent�o presidente Fernando Collor de Melo, em 1992.


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