Dedicado a “administrar a crise” desde que os protestos tomaram conta da cidade e do Pa�s, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) vai contra a corrente que aposta na reforma pol�tica como resposta � insatisfa��o generalizada e diz que o melhor caminho seriam medidas concretas de combate � corrup��o.
Em entrevista ao Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, e ao jornal O Estado de S. Paulo, Paes, que participou no in�cio da semana, em Bras�lia, da reuni�o extraordin�ria convocada pela presidente Dilma Rousseff com prefeitos e governadores, fez uma cr�tica indireta � demora do governo em reagir. “Estava me agoniando a aus�ncia da presidenta”, afirmou.
Embora tenha propostas de mudan�as no sistema eleitoral e aprove a ideia do plebiscito, Paes diz que a prioridade deve ser outra. “O que muda um pa�s � o fim da impunidade. No Brasil h� uma lerdeza. Aqui h� uma sensa��o de impunidade muito grande, que desacredita as institui��es, tende a uma generaliza��o. Tenho minhas teses, como o voto distrital misto, mas n�o acho que seja resposta para crise de representatividade. N�o acredito nesse modelo como transformador da pol�tica brasileira”, afirmou.
Para Paes, a reuni�o com a presidente foi importante para que ela compartilhasse a responsabilidade pelas falhas do poder p�blico apontadas nas mobiliza��es que pegaram os pol�ticos de surpresa. “Ela precisava fazer aquele gesto. Ningu�m foi ali para fazer debate nem esperava isso. Ali se dizia o seguinte: ‘temos um problema que � brasileiro, que pertence a todos’. N�o � um problema do (Fernando) Haddad ou do Eduardo Paes, que, a pedido do Guido Mantega, atrasaram o aumento da passagem de �nibus. Meu movimento claramente com o Haddad foi dizer ‘isso n�o s�o os vinte centavos’. As pessoas est�o nas ruas por v�rios motivos. Ent�o, precisava, sim, a presidenta da Rep�blica fazer o movimento que fez”, disse o prefeito.
Copa
Paes estar� neste domingo, 30, � noite no Maracan�, na final da Copa das Confedera��es. Novas manifesta��es est�o programas no entorno do est�dio. Para o prefeito, os governantes n�o souberam informar adequadamente os benef�cios que a Copa - um dos focos dos protestos - trar� ao Pa�s. O prefeito insiste em que investimentos em grandes eventos e em sa�de e educa��o n�o s�o excludentes.
“A an�lise de que as pessoas s�o contra a Copa, contra a Olimp�ada � simplista. Elas n�o s�o contra. Est�o dizendo: ‘faz isso de um jeito que seja correto’. A Copa foi conduzida de uma forma que as pessoas n�o perceberam os benef�cios que ela pode trazer. S� ficou o lado ruim. N�o vou posar de acusador, porque sou governante, tamb�m tenho responsabilidade”, destacou “ Este Pa�s tem condi��es de prestar servi�os de educa��o, de sa�de, e tem condi��es de fazer a Copa do Mundo.”
‘Pirlimpimpando’
Acostumado a percorrer v�rios bairros da cidade, �s vezes de surpresa, e participar de prefeituras itinerantes, Paes agora pouco tem ido �s ruas. “Nem � o momento de eu ficar pirlimpimpando por a�. Estou neste momento dedicado a administrar a crise. Fico muito na rua, ou�o muito. Mas, h�, sim um problema de representatividade, de canais institucionais mal resolvidos. Por mais que eu ande pela cidade, nem todo mundo consegue falar comigo. Por mais que eu frequente as redes sociais, n�o estou conseguindo me comunicar com as pessoas. O desafio � como encontro mecanismos e instrumentos para dialogar com a popula��o ”, disse o prefeito peemedebista.
Embora n�o arrisque uma an�lise sobre os efeitos das mobiliza��es nas elei��es do ano que vem, Paes reconhece: “Quem est� no poder est� na berlinda”.