Vereadores de BH n�o voltam ao trabalho ap�s desocupa��o da C�mara

A C�mara Municipal de Belo Horizonte foi desocupada no �ltimo domingo, mas os vereadores continuaram longe da Casa. Um dia depois de os manifestantes terem deixado a sede do Legislativo da capital, a reportagem encontrou somente cinco dos 41 parlamentares em seus gabinetes, por volta das 15h. Apesar de j� terem anunciado o recesso, desde s�bado, quando os jovens tomaram conta do sagu�o, as f�rias oficiais dos vereadores s� come�am na sexta-feira. Marcada por oito dias de assembleias, debates e oficinas, a sede da C�mara voltou ontem ao normal. No lugar dos colch�es, o velho sof�, e no que foi foi ocupado pela comiss�o de comunica��o dos manifestantes, a atendente. 

As marcas da ocupa��o – como a pintura feita na cal�ada com o nome do movimento Assembleia Popular Horizontal e as frases de protesto escritas nas paredes dos banheiros – foram sendo retiradas aos poucos durante o dia. Logo pela manh�, os funcion�rios da Casa tomaram o lugar da comiss�o da limpeza dos manifestantes e deram continuidade � faxina iniciada no domingo pelos jovens. Os seguran�as, antes de prontid�o no sagu�o, voltaram aos corredores: “Voc�s tinham de mostrar que conseguimos fazer a seguran�a da Casa, nada foi estragado”, pediu um dos seguran�as � reportagem. Outro elogiou os manifestantes: “Todos foram educados e a conviv�ncia ocorreu de forma bem tranquila durante esses oito dias. Foi uma ocupa��o muito pac�fica”.

Se os funcion�rios tentam voltar � rotina, a maioria dos vereadores permanece distante da Casa. Os que foram encontrados ontem pela reportagem reclamaram da dificuldade de trabalhar durante os dias em que a C�mara esteve ocupada. “�s vezes a internet era desligada. A gente n�o podia fazer atendimento ao p�blico, nossos funcion�rios estavam com medo de vir trabalhar”, afirmou o vereador Marcelo Aro (PHS). “Eu tive que fazer atendimentos fora da Casa”, fez coro o vereador S�rgio Fernando (PV). J� o vereador Dr. Nilton (PSB) acredita que a ocupa��o prejudicou as pessoas que usam os servi�os da C�mara, como o restaurante popular, que ficou fechado. Os servi�os que n�o dependem dos vereadores voltaram a funcionar normalmente, como o pr�prio restaurante e o posto do Sistema Nacional de Emprego (Sine).

No domingo, depois de oito dias ocupando o sagu�o principal e o jardim na entrada da C�mara, os manifestantes come�aram a levantar acampamento. Tudo come�ou em 29 de junho, um s�bado, quando os vereadores se reuniram em car�ter extraordin�rio para votar a redu��o de R$ 0,05 da tarifa de �nibus proposta pela prefeitura. Os manifestantes reivindicaram a revoga��o do �ltimo reajuste dos �nibus em BH, que elevou a passagem de R$ 2,65 para R$ 2,80, al�m da abertura das planilhas de custo do sistema de transporte p�blico.

Segundo os participantes do protesto, a partir de hoje seguem as a��es previstas pelo grupo, como panfletagens em esta��es de metr� e pontos de �nibus. Al�m disso, no pr�ximo s�bado est� marcada uma nova reuni�o da Assembleia Popular Horizontal sob o Viaduto Santa Tereza, Bairro Floresta, Regi�o Leste da capital. Os vereadores s� voltam a trabalhar em 1º de agosto, quando acaba o recesso parlamentar.

Enquanto isso...

...Vereador detido

O vereador Arnaldo Godoy (PT) foi ontem � delegacia do Bairro Cai�ara, Regi�o Noroeste da capital, dar queixa do roubo de seu carro e acabou detido. Ele foi informado pelo delegado que havia em seu nome um mandado de pris�o desde 2001 por n�o pagamento de pens�o aliment�cia. O petista explicou que quando era secret�rio de Cultura, em 1999, a pens�o da sua filha, hoje com 24 anos, era descontada do contracheque. “Em mar�o de 2000 virei vereador, achei que tamb�m seria descontado do sal�rio automaticamente”, contou. No entanto, isso n�o aconteceu e, segundo ele, sem saber, ficou oito meses sem pagar o benef�cio � filha at� que a ex-mulher foi reclamar na Justi�a, em 2001. Na �poca, Godoy quitou toda a d�vida, mas o mandado ficou em aberto. “O mais curioso � que eu fui eleito em 2000, reeleito em 2004, 2008 e 2012 e nunca tive problemas com a pol�cia”, afirmou. Segundo o vereador, o juiz deu baixa no mandado ontem por volta das 16h, depois de ele ter comprovado o pagamento da pens�o aliment�cia.