Vice dos EUA liga pra Dilma para explicar espionagem

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ligou na noite desta sexta-feira para a presidente Dilma Rousseff para dar mais explica��es sobre o caso de monitoramento e espionagem de cidad�os e institui��es brasileiras pela Ag�ncia de Seguran�a Nacional (NSA, na sigla em ingl�s). Biden repetiu o convite para que uma comiss�o brasileira v� a Washington receber mais explica��es t�cnicas e pol�ticas sobre o caso, e a presidente aceitou. N�o est� definido, no entanto, quem ir� e quando ser� feita essa visita.

O convite j� havia sido feito pelo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, mas o governo brasileiro n�o havia decidido se iria aceitar. N�o se sabe ainda se o grupo ser� em n�vel ministerial ou t�cnico, mas dever�o participar representantes dos minist�rios das Rela��es Exteriores, Justi�a, Defesa e possivelmente do Gabinete de Seguran�a Institucional.

A conversa, de cerca de 25 minutos, foi cordial, de acordo com a ministra da Comunica��o Social, Helena Chagas, mas tamb�m inclui cobran�as duras por parte da presidente. Dilma expressou "grande preocupa��o" com a viola��o da privacidade de brasileiros e de institui��es do Pa�s e afirmou que espera "mudan�as de pol�ticas para n�o haver um novo risco de viola��o da privacidade".

A presidente ainda disse a Biden que o Brasil ainda espera mais esclarecimentos porque a viola��o foi al�m do governo, mas envolveu o povo, as institui��es e a sociedade brasileira. "Em nome da seguran�a n�o se pode infringir a privacidade das cidades e a soberania de um pa�s", disse a presidente, ainda de acordo com Helena Chagas.

Biden aproveitou o telefonema para comentar a visita de Estado aos Estados Unidos, marcada para outubro deste ano. Repetiu que a rela��o com o Brasil � "muito importante" e que espera que o "incidente", como chamou o caso de espionagem, esteja superado na �poca da viagem.

Apesar das seguidas conversas com o embaixador, o governo brasileiro ainda reclama da falta de esclarecimentos por parte dos americanos. Na �ltima segunda-feira, o chanceler Antonio Patriota deixou claro em entrevista que as explica��es eram "insuficientes". At� agora, no entanto, os americanos n�o se dispuseram a abrir seus segredos t�cnicos para mostrar ao governo brasileiro exatamente que tipo de monitoramento estava sendo feito.