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Estado de Minas 'AULA' DE DEPUTADO PODE VIRAR PROCESSO

Parlamentar mineiro � flagrado em v�deo ensinando a comprar voto

Vice-presidente do Conselho de �tica v� incita��o a crime


postado em 23/07/2013 06:00 / atualizado em 23/07/2013 07:36

(foto: Renato Araujo / Camara dos Deputados )
(foto: Renato Araujo / Camara dos Deputados )

O deputado federal Aelton Freitas (PR-MG) poder� ser investigado pelo Conselho de �tica da C�mara Federal por quebra de decoro parlamentar. Segundo o vice-presidente do colegiado, Jos� Carlos Ara�jo (PSD), � preciso apenas uma representa��o – que pode ser feita por um eleitor, por um congressista ou um partido pol�tico – para que se abra um processo contra o deputado. Aelton Freitas, que � tamb�m presidente do PR em Minas, foi flagrado em v�deo dando orienta��es a correligion�rios sobre como comprar votos e como desestabilizar a candidatura advers�ria com boatos. O material foi gravado em Capetinga, no Sul de Minas, em setembro de 2012, �s v�speras das elei��es municipais, e divulgado por uma emissora de televis�o no domingo.

Na avalia��o do vice-presidente do Conselho de �tica da C�mara, o deputado incita a pr�tica de crime ao passar informa��es sobre como pagar eleitores para ter votos. “Ao mesmo tempo, por�m, h� um atenuante. N�o h� a confirma��o de que o delito ocorreu”, avaliou Jos� Carlos. O v�deo foi gravado em um restaurante durante encontro do deputado com o prefeito da cidade e o candidato � sucess�o que acabou derrotado.

Ao repassar a “estrat�gia” a ser usada durante a campanha, Aelton diz: “N�s vamos fazer 200 cart�ezinhos para prefeito. N�o quer dizer nada, 200 cart�ezinhos. E n�s vamos pegar 20 amigos nossos confi�veis. Quem � da confian�a? Vinte. Ent�o voc� vai ter 10, voc� vai ter 10, voc� vai ter 10. Voc� vai buscar 10 companheiros seus l� e que n�o est�o votando no Donizete” (Donizete do Escrit�rio), aliado do deputado que participava do encontro. O parlamentar prossegue: “Esse cart�ozinho vale R$ 100. O cara n�o vai votar em voc�. Vai votar nos R$ 100 que o cart�ozinho que est� no bolso dele vale. E outra: s� v�o pagar se tiver sido eleito”. Sobre a t�tica para desestabilizar um advers�rio, Aelton diz ser preciso “buscar pessoas” que possam espalhar “boato e fofoca obrigando o rival a gastar tempo se explicando”.

Pelo Regimento da C�mara dos Deputados, a representa��o solicitando que um parlamentar seja investigado precisa inicialmente ser enviada � Mesa da Casa. Em seguida o pedido � enviado � corregedoria, que emite um parecer aprovando ou negando a abertura do processo. Em caso de parecer contr�rio, o autor da representa��o pode requisitar que a decis�o seja submetida ao plen�rio. A reportagem n�o conseguiu contato com Aelton Freitas.

Dentro do partido, j� � certo que o parlamentar ter� que se explicar. “N�o vi o v�deo ainda, mas vamos ter que ouvi-lo”, disse o secret�rio-geral do PR em Minas, deputado federal Lincoln Portela. “Sempre o vi com uma conduta muito s�ria. Fiquei sem entender”, acrescentou.

Fama

Segundo parlamentares, Aelton Freitas, que tem base eleitoral no Tri�ngulo e em parte do Sul de Minas, foi um senador “apagado” e vem repetindo a performance na C�mara. “Na minha terra dizemos que algu�m assim n�o fede nem cheira”, afirmou um parlamentar. No v�deo, o deputado do PR diz que “o verdadeiro l�der muitas vezes � aquele que n�o faz quest�o de aparecer”.

Aelton Freitas come�ou a carreira pol�tica como prefeito de Iturama, no Tri�ngulo Mineiro. Governou a cidade entre 1993 e 1996. Foi presidente da Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) em 1999. Suplente de Jos� Alencar no Senado, assumiu a vaga em 2003, com a chegada de Luiz In�cio Lula da Silva � Presid�ncia da Rep�blica, que tinha o titular da cadeira como vice. Com ou sem o uso da t�tica que apresentou aos correligion�rios, Aelton Freitas teve aumento de mais de 20 mil votos nas duas elei��es que disputou para deputado federal. Em 2006 teve 85.362 votos. Na reelei��o, em 2010, recebeu 106.192 votos.


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