A Pol�cia Federal abriu dois inqu�ritos para investigar a forma��o de cartel em licita��es do metr� e de trens metropolitanos nos governos de M�rio Covas, Geraldo Alckmin e Jos� Serra, todos do PSDB. O primeiro inqu�rito j� foi relatado e est� no Minist�rio P�blico. O segundo foi aberto h� cerca de um m�s, quando o Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) fez busca e apreens�o de documentos nas empresas investigadas.
"Foram abertos inqu�ritos, a partir desses fatos, para apurar a ocorr�ncia de eventuais crimes", disse o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, � reportagem do Estado. "A Pol�cia Federal acompanhou a busca e apreens�o."
Cardozo definiu como "lament�vel e descabido" o comportamento do governo de S�o Paulo, que acusou o Cade de atuar como "pol�cia pol�tica" do PT. Subordinado ao Minist�rio da Justi�a, o Cade apura um conluio entre empresas nacionais e estrangeiras para licita��es de obras do metr� de S�o Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
"� chegada a hora de os agentes p�blicos perceberem que � descabido aplaudirem uma investiga��o quando os investigados s�o seus advers�rios e acusarem o Cade de persegui��o pol�tica quando quem eles s�o seus parceiros", reagiu Cardozo. "� lament�vel que se tente politizar uma investiga��o s�ria, feita por um �rg�o isento, reconhecido internacionalmente por sua qualidade t�cnica."
Foi a empresa alem� Siemens quem revelou ao Cade a coniv�ncia de agentes do Estado para a forma��o de um cartel para a compra de equipamento ferrovi�rio, constru��o e manuten��o de linhas de trens e metr� em S�o Paulo e no Distrito Federal, conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
Documentos obtidos pelo Estado mostraram que o superfaturamento das obras provocou preju�zo de R$ 577,5 milh�es aos cofres p�blicos, em S�o Paulo e no Distrito Federal. A suspeita � de que agentes p�blicos tenham recebido propina das empresas para fazer vista grossa ao cartel, que teria agido de 1998 a 2008, durante os governos de Covas, Alckmin e Serra, em S�o Paulo.
No Distrito Federal, a suspeita atinge o governo de Jos� Roberto Arruda, que teve o mandato cassado em 2010.
Cardozo disse que, se for comprava a les�o aos cofres p�blicos "todos os envolvidos ter�o de responder nos termos da lei" e previu a possibilidade de san��es pesadas. "O Estado brasileiro n�o pode ficar complacente com a situa��es il�citas", insistiu.