Na primeira reuni�o do diret�rio nacional ap�s as manifesta��es das ruas em junho, o PSDB tenta aproveitar o v�cuo de credibilidade na classe pol�tica e emplacar o discurso de que � a alternativa ao modelo implantado pelo PT. "Quem est� no poder envelheceu, o novo somos n�s", disse o presidente nacional do PSDB, senador A�cio Neves (MG), na presen�a dos presidentes dos 27 diret�rios estaduais, reunidos em Bras�lia. "O PSDB � a principal op��o ao que est� a�. O PT fez muito mal ao pa�s", continuou.
A�cio est� disposto a vestir o figurino de candidato, apesar de afirmar que este n�o � o momento para isto. De acordo com o senador tucano, ter candidatos � f�cil, o desafio � ter uma campanha com propostas para apresentar � popula��o. "Estou com o couro duro pronto para a pancadaria", assegurou. Na entrevista que concedeu logo ap�s a reuni�o do diret�rio, ele reafirmou a disposi��o para o embate. "N�o vou generalizar, mas setores do PT est�o dispostos a tudo para continuar no poder", acrescentou.
O senador tucano lembrou as manifesta��es que fizeram o pa�s tremer em junho e que continuam tirando o sono de alguns governadores, como S�rgio Cabral (PMDB-RJ) e Geraldo Alckmin (PSDB-SP). "Ao que parece, algumas pessoas no Pal�cio do Planalto n�o entenderam o recado das ruas. As pessoas querem mais qualidade no gasto p�blico, mais transpar�ncia, mais �tica na pol�tica", refor�ou.
Para o presidenci�vel do PSDB, a popula��o est� cansada dos discursos repetitivos e vazios comuns na pol�tica atual. Ele exemplificou suas palavras com um di�logo recente que teve com sua filha de 19 anos. "Quando n�s conversamos, ela virou para mim e disse: ‘Pai, n�o enrola, papo reto’. � isso que as pessoas querem, papo reto, sem enrola��es", brincou o tucano.
Para isso, contudo, o PSDB sabe que precisa se reinventar. Por isso, A�cio pediu aos integrantes dos diret�rios estaduais e da c�pula do partido que reforcem o contato com a juventude tucana, com os movimentos PSDB Mulher e PSDB sindical e o PSDB sustent�vel. "Precisamos organizar esses movimentos sociais para termos o que o PT perdeu ao longo do tempo: a milit�ncia", disse A�cio.
Ele ironizou uma declara��o dada pelo presidente nacional do PT, Rui Falc�o, durante as manifesta��es de rua. O petista declarou, � �poca, que a legenda n�o participava das marchas porque "boa parte da milit�ncia do partido est� empregada". A�cio n�o resistiu. "De fato, eles est�o empregados nos 20 mil cargos comissionados loteados na m�quina federal", provocou.
O PSDB sabe, contudo, que precisa espalhar as suas bandeiras e propostas por todos os cantos do pa�s, deixando de lado o estigma de um partido elitista que resolve suas disputas durante reuni�es em restaurantes caros da capital paulista. "Que n�s enraizemos nossas bandeiras ou vamos ficar, mais uma vez, com as melhores inten��es e falando sozinhos", cobrou A�cio.
Possivelmente inspirado pelo marqueteiro Renato Pereira, que tem uma parceria com os publicit�rios que fizeram a campanha presidente de Barack Obama, o PSDB vai repaginar sua �rea de comunica��o social. Cada diret�rio estadual ter� um assessor de comunica��o orientado a municiar os demais setores do partido com todas as informa��es dispon�veis para unificar o discurso tucano. A�cio tamb�m est� disposto a inundar as redes sociais com as ideias, projetos e a��es pol�ticas do PSDB.
O encontro de ontem serviu tamb�m para praticamente sepultar qualquer possibilidade de realiza��o de pr�vias para a escolha do candidato do PSDB � Presid�ncia em 2014. Nenhum dirigente nacional, nem mesmo os representantes do diret�rio paulista, levantaram o assunto na reuni�o de ontem. Pelo contr�rio. "O PSDB est� unido em torno de A�cio Neves", garantiu um dos vice-presidentes do partido, senador C�ssio Cunha Lima (PB). A�cio desconversou. "Eu n�o assumiria qualquer possibilidade de candidatura sem o apoio da maioria do meu partido. As pr�vias s�o leg�timas, desde que a Executiva Nacional seja demandada e haja mais de um pr�-candidato", afirmou o senador mineiro, acrescentando que esse debate s� acontecer� em 2014.