S�o Paulo, 10 - A presidente Dilma Rousseff voltou a defender o programa Mais M�dicos na manh� deste s�bado, em evento em Porto Alegre (RS). "Eu sei perfeitamente que n�o � s� a falta de m�dicos que explica os problemas da sa�de no Brasil, mas tenho tamb�m certeza que este � um dos problemas mais s�rios", disse Dilma. Ela aproveitou para dizer que, caso as vagas disponibilizadas n�o sejam preenchidas por profissionais formados no Pa�s, o programa vai aceitar m�dicos com diploma estrangeiro.
As declara��es sobre o Mais M�dicos dominaram praticamente todo o discurso da presidente em evento para entrega de retroescavadeiras a prefeitos do Rio Grande do Sul, que aconteceu em Porto Alegre.
Dilma refor�ou que a chamada p�blica para o programa Mais M�dicos foi aberta com prefer�ncia e prioridade a brasileiros, mas ressaltou que, caso as vagas n�o sejam preenchidas, o Pa�s receber� graduados no exterior. "N�o havendo m�dicos para preencher essas vagas, n�s preencheremos com m�dicos estrangeiros, com diplomas que n�o s�o do Brasil", disse.
"Eu estive em todas as marchas dos prefeitos e havia uma un�nime avalia��o sobre um problema central em todos os Estados da federa��o que era a falta de m�dicos", comentou a presidente.
Ela afirmou que o Brasil hoje tem cobertura de 1,8 m�dico por mil habitantes. "A Argentina tem 3,2, o Uruguai, 3,7. N�o estou me comparando com nenhum pa�s desenvolvido, estou me comparando com meus vizinhos. Portugal tem 3,9 m�dicos, a Espanha tem 4", exemplificou Dilma. Ela afirmou ainda que mesmo o total de m�dicos hoje existente est� distribu�do desigualmente pelo territ�rio nacional.
"Temos 700 munic�pios sem nenhum m�dico, 1,9 mil munic�pios brasileiros t�m menos de um m�dico por 3 mil habitantes. N�s temos um problema de acesso ao m�dico, da� porque o governo federal decidiu fazer o programa Mais M�dicos, em conson�ncia com os prefeitos", comentou a presidente. Ela reiterou que o intuito � n�o s� aumentar o n�mero de m�dicos como tamb�m melhorar a distribui��o.
Segundo Dilma, o Estado do Maranh�o, por exemplo, tem 0,58 m�dico por mil habitantes e o Par� tem 0,77. "Mesmo o Estado com maior n�mero de m�dicos tem uma distribui��o muito desigual. H� uma concentra��o de m�dicos nas zonas urbanas principais das capitais. N�o tem m�dicos nas periferias das grandes cidades brasileiras, n�o tem m�dicos na mesma propor��o no interior, no Norte e no Nordeste e, em algumas regi�es do Pa�s, n�o h� m�dicos", refor�ou. Ela afirmou ainda que h� defici�ncia em determinadas especialidades, como a pediatria e que h� distribui��o desigual tamb�m de leitos do SUS.
Por essas quest�es, a presidente refor�ou que o governo atuar� para a amplia��o do n�mero de m�dicos, forma��o acad�mica e tamb�m expans�o e reforma de equipamentos de sa�de.
Chamada p�blica
Sobre a pol�mica envolvendo os m�dicos estrangeiros, Dilma exemplificou dizendo que, na Inglaterra, 37% dos m�dicos t�m diplomas de outros pa�ses, enquanto no Brasil a propor��o � de 1,79%.
"N�s n�o queremos comprometer empregos de m�dicos formados no Brasil, mas n�o aparecendo m�dicos para cumprir esse papel, iremos preencher as vagas com m�dicos trazidos do exterior."
Ela refor�ou que o governo federal vai pagar R$ 10 mil reais para os m�dicos que se cadastrarem no programa para trabalhar no munic�pios que possuem vagas e ainda um adicional para o caso de localidades muito distantes. No caso do trabalho na Amaz�nia, segundo Dilma, o pagamento � de R$ 30 mil reais para a recoloca��o na regi�o.
O edital, segundo Dilma, vai privilegiar o trabalho em periferias de grandes cidades, locais de dif�cil acesso, interior e Norte e Nordeste. Ela refor�ou que as inscri��es no programa ser�o reabertas.
"A dura��o do programa (para os estrangeiros) � de tr�s anos", comentou. Terminado o per�odo, o m�dico poder� se submeter a um concurso e receber um diploma equivalente ao brasileiro para trabalhar no Pa�s. "Nesse per�odo de tr�s anos, ele (estrangeiro) s� pode atuar nesses regi�es onde faltam m�dicos", explicou Dilma.
"N�s precisamos de a��es emergenciais e a��es estruturantes. A a��o estruturante vai ser nossa disposi��o em aumentar a forma��o de m�dicos brasileiros no Brasil, aument�ramos 11 mil vagas na gradua��o e 12 mil vagas na resid�ncia", afirmou. Ela comentou que o governo tem hoje R$ 7,4 bilh�es em execu��o na sa�de e comentou que "n�o tem cabimento" munic�pios arcarem com custo dos m�dicos
Retroescavadeiras
Apenas no in�cio de seu discurso, brevemente, a presidente falou sobre a entrega das retroescavadeiras e 40 munic�pios, motivo que a levou ao evento em Porto Alegre (RS). "O fato de o governo federal procurar os pequenos munic�pios e definir pol�ticas espec�ficas � o reconhecimento de que devemos ter pol�ticas diferentes para situa��es diferentes", disse, sobre a entrega de m�quinas retroescavadeiras.
A presidente afirmou que considera fundamental o programa de entrega de kits que contam com retroescavadeiras e tamb�m mencionou o programa Minha Casa, Minha Vida. Ela afirmou ainda que o governo privilegia a ind�stria fornecedora de m�quinas e equipamentos nacional e que o programa tem tamb�m como crit�rio aumento do emprego. Com a breve palavra aos prefeitos presentes, ela passou a discursar sobre o programa Mais M�dicos e encerrou sua participa��o em eventos em Porto Alegre (RS).