O senador A�cio Neves (MG) afirmou nesse s�bado que n�o vai deixar o comando nacional do PSDB se o partido promover pr�vias para definir o candidato tucano � Presid�ncia da Rep�blica em 2014. O mineiro � o nome com maior apoio na c�pula da sigla para a corrida ao Planalto, mas o ex-governador Jos� Serra (SP) disse cogitar a hip�tese de disputar a indica��o.
"Fui eleito. N�o costumo renunciar aos cargos que ocupo", disse A�cio ao Estado em Barretos (SP). Em mar�o de 2010, o tucano deixou o governo de Minas para se candidatar ao Senado. Na quarta-feira, em Bras�lia, Serra disse aos jornalistas que aceitaria participar de pr�vias, desde que todos os pr�-candidatos conhe�am as regras e disputem em igualdade de condi��es.
A viagem de A�cio ao interior paulista - na sexta-feira, ele passou por Ribeir�o Preto - foi a primeira etapa de um giro que o senador far� pelo Brasil para consolidar seu nome como candidato ao Planalto. Prefeitos tucanos, deputados estaduais e federais e integrantes do governo Geraldo Alckmin, como o secret�rio Jos� An�bal (Energia), acompanharam o mineiro.
A aus�ncia mais sentida foi a do pr�prio Alckmin. O governador era esperado pela comitiva, mas decidiu n�o encontrar o senador para n�o "melindrar" Serra, segundo pessoas pr�ximas. A�cio minimizou a aus�ncia do governador, alegando que "n�o tinha previs�o" sobre a companhia de Alckmin.
No p�riplo por Barretos, A�cio aproveitou para criticar o governo federal e disse ser "natural" a recupera��o da avalia��o da gest�o Dilma mostrada ontem pela pesquisa Ibope/Estado. Ao visitar o Hospital Infantojuvenil Luiz In�cio Lula da Silva, vinculado ao Hospital do C�ncer de Barretos, o senador disse que o programa Mais M�dicos seria "tapar o sol com a peneira" (leia mais na p�g. A21).
Enquanto A�cio roda o interior de S�o Paulo, Serra tenta neutralizar o apoio que o senador tem na c�pula do PSDB recorrendo � milit�ncia do partido. Escolhido candidato a presidente da Rep�blica, a governador e a prefeito mais de uma vez em acordos realizados no primeiro escal�o do tucanato, o ex-governador agora aposta no que seus aliados chamam de "massa" de filiados para eventuais pr�vias da sigla.
A estrat�gia que Serra tem explicado a seus apoiadores � mobilizar os filiados de Estados-chave, como S�o Paulo, para constranger a c�pula partid�ria mais pr�xima de A�cio na dire��o nacional e nos demais diret�rios estaduais. Para o ex-governador esse seria o caminho para reverter o favoritismo do senador, j� lan�ado como nome do PSDB ao Planalto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Esse caminho, por�m, tem percal�os, e n�o s�o poucos. Primeiro, a c�pula do PSDB n�o est� disposta a resolver de forma emergencial a bagun�a que � o cadastro de militantes. Embora sejam registrados mais de 1,3 milh�o, n�o se sabe ao certo quantos s�o os filiados de fato.
Em segundo lugar, a dire��o do PSDB considera que a realiza��o de pr�vias � um problema interno do partido, que n�o deve consumir energias no momento em que a legenda tenta conquistar novos filiados a tempo de tornar v�rios deles candidatos nas elei��es de 2014.
Depois de ter dito na ter�a-feira que aceita as pr�vias pedidas por Serra, na condi��o de que s� sejam feitas depois de outubro, A�cio orientou aos dirigentes estaduais a "tocar a vida".