
O corpo do ex-ministro Luiz Gushiken foi enterrado, na tarde deste s�bado, 14, no Cemit�rio do Redentor, na zona oeste da capital paulista. Ele tinha 63 anos e morreu na noite de sexta-feira, 13, no Hospital S�rio-Liban�s, em S�o Paulo. Ex-ministro da Secretaria de Comunica��o de Governo (Secom) no primeiro mandato do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, Gushiken fazia tratamento contra c�ncer de est�mago desde 2002. Um dos fundadores do PT, o ex-ministro foi tr�s deputado federal por S�o Paulo.
A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer, assim como o ex-presidente Lula, participaram do vel�rio de Gushiken. Dilma chegou ao cemit�rio por volta das 15h30 deste s�bado (14) e passou cerca de uma hora no vel�rio. Acompanhada dos ministros Gilberto Carvalho, secret�rio-geral da Presid�ncia da Rep�blica, Jos� Eduardo Cardozo, da Justi�a, Paulo Bernardo, das Comunica��es, Guido Mantega, da Fazenda Alo�zio Mercadante, da Educa��o, e Alexandre Padilha, da Sa�de, a presidenta deixou o local sem falar com a imprensa.
Lula, que saiu do cemit�rio �s 17 horas, tamb�m n�o conversou com os jornalistas. Ontem, em nota assinada junto com a mulher, Marisa Let�cia, o ex-presidente destacou a trajet�ria de Gushiken, dizendo que ele foi "um militante pol�tico brilhante, um conselheiro, um companheiro e um grande amigo". Para Lula, o ex-ministro foi "um homem �ntegro, que dedicou sua vida � constru��o de um Brasil mais justo e solid�rio" e que, em todos os espa�os em que atuou, "sempre defendeu a democracia, a classe trabalhadora e um mundo com mais harmonia e justi�a social".
“A grande li��o que Gushiken d� a todos os brasileiros, independentemente de se concordar, ou n�o, com suas opini�es, � que uma pessoa, quando acredita em Deus, acredita que a vida n�o termina depois da morte, consegue enfrentar com mais dignidade o risco da morte. Esse � o ensinamento que o Gushiken d� para todos n�s”, disse o ministro Alexandre Padilha.
Para o ministro Gilberto Carvalho, a morte de Gushiken foi uma perda muito grande para todos os partidos pol�ticos, e n�o apenas para o PT. O ministro destacou o fato de Gushiken ter sido acusado do crime de peculato e absolvido antes de morrer. “Acho que essa foi a �ltima homenagem que a sociedade prestou ao Gushiken”, disse Carvalho.
Mais cedo, o ex-ministro Jos� Dirceu, que chefiou a Casa Civil no primeiro mandato de Lula, ressaltou que Gushiken foi uma pessoa muito digna. "Um homem feliz, espiritual, de muita f� e que morreu feliz, porque viu tudo aquilo que ele sonhou, acontecer. Ele lutou at� o final por isso”, definiu.
Dirceu lembrou a hist�ria de Gushiken, como fundador da Central �nica dos Trabalhadores (CUT) e do Partido dos Trabalhadores (PT). “Ele foi um dos principais respons�veis pela chegada do Lula ao poder”, afirmou o ex-ministro, que destacou ainda o car�ter solid�rio de Gushiken. “Ele foi solid�rio comigo, apesar de ter sido injustamente acusado e pr�-julgado”, disse Dirceu, referindo-se � acusa��o de peculato feita Minist�rio P�blico a Gushiken,, que foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda sobre o julgamento da A��o Penal 470, o processo do mensal�o, Jos� Dirceu lembrou que, para Gushiken, esse epis�dio foi "a fase her�ica do PT, porque talvez tenha sido a maior camapnha feita contra um partido pol�tico no Brasil”.
A ministra do Planejamento, Or�amento e Gest�o, Miriam Belchior, que tamb�m foi a S�o Paulo para o vel�rio de Gushiken, divulgou nota de pesar pela morte do ex-ministro. "Ele foi um grande homem, guiado pelas virtudes raras da coragem, da persist�ncia e da vis�o estrat�gica. Gushiken era um s�bio em toda sua humanidade", disse a ministra. Para ela, Gushiken foi a "alma do Partido dos Trabalhadores" e "sua luta � respons�vel pelas grandes transforma��es que o Brasil vive nos �ltimos anos".