O decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, afirmou neste s�bado, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que n�o se sente pressionado pela circunst�ncia de ser o respons�vel pelo desempate da vota��o que poder� garantir o direito a um novo julgamento a 12 dos 25 condenados no processo do mensal�o. "Absolutamente n�o. Eu leio o notici�rio e, a despeito do que se fala, n�o sinto nenhum tipo de press�o", disse o ministro neste s�bado � tarde, em entrevista por telefone. "Ap�s 45 anos, seja como promotor ou juiz, � uma experi�ncia que voc� tem e supera tranquilamente."
O fato de o presidente do STF, Joaquim Barbosa, ter encerrado a sess�o na quinta-feira passada quando o placar estava empatado em 5 a 5, submetendo o decano a uma espera de quase uma semana para a revela��o do voto, tamb�m n�o o abalou: "O adiamento da sess�o, longe de significar qualquer possibilidade de press�o externa, aprofundou ainda mais minha convic��o", afirmou o ministro.
Na quinta-feira, Barbosa encerrou a sess�o mesmo depois de ter recebido de Celso de Mello um aviso de que estava pronto para votar e de que sua manifesta��o demoraria apenas cinco minutos. Com base em declara��es anteriores do ministro a respeito do tema, a expectativa no STF � de que, na quarta-feira, ele desempate a vota��o reconhecendo o direito a uma segunda chance para os condenados que conseguiram pelo menos quatro votos absolut�rios. Nesse grupo est� o ex-ministro Jos� Dirceu, condenado a 10 anos e 10 meses por corrup��o ativa e forma��o de quadrilha.
O pr�prio Celso de Mello disse na semana passada, em entrevista � imprensa, que no in�cio do julgamento do mensal�o, em agosto de 2012, j� tinha exposto a sua posi��o. Na ocasi�o, ele afirmou que est� em vigor a regra que garante a r�us condenados o direito aos chamados embargos infringentes - na pr�tica, isso significa um novo julgamento.
"N�o sinto nenhum tipo de press�o e estou pronto para proferir o meu voto", afirmou Celso de Mello. "O que acho importante � que tenho a minha convic��o. Aprofundei-a muito. Li todas as raz�es das diferentes posi��es. E cada vez mais estou convencido de que fiz a op��o correta." Questionado sobre a dire��o em que iria sua convic��o, o ministro preferiu manter sigilo do voto. (Mari�ngela Galucci)