S�o Paulo - A organiza��o criminosa que desviou R$ 18 milh�es de um conv�nio com o Minist�rio do Trabalho buscou apoio e incentivo do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho, para tentar obter aditamentos e novos repasses de verbas para o Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat), ONG que teria se transformado no reduto da quadrilha.
Carvalho recebeu em seu gabinete muitas vezes padre L�cio de Ara�jo Vale, a quem a PF atribui papel destacado na quadrilha, “articulador dos constantes aditamentos irregulares junto ao Minist�rio do Trabalho”.
Outros dois personagens centrais da trama foram recebidos por Carvalho - Jorgette e o advogado Alessandro Rodrigues Vieira, diretor jur�dico da ONG.
O relat�rio da PF - 192 p�ginas com fotos, organogramas e planilhas da evolu��o patrimonial dos investigados - descreve os movimentos da organiza��o e o ass�dio sobre o ministro. “� bastante comum a dupla (Vieira e Padre L�cio) ir a Bras�lia para tratar da renova��o junto a funcion�rios de alto escal�o do Minist�rio do Trabalho e da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica”, diz o documento, � p�gina 82.
A ONG foi criada pela Arquidiocese de S�o Paulo, em 2002. Depois, desvinculou-se da C�ria e virou Organiza��o da Sociedade Civil de Interesse P�blico para capacita��o de trabalhadores. Em 2008, firmou conv�nio com o Minist�rio do Trabalho.
O escoadouro do dinheiro p�blico, diz a PF, se deu por meio de aditamentos. Nessa fase a organiza��o pediu colabora��o de Carvalho e corrompeu assessores do Trabalho - Gleide Santos Costa, da Secretaria de Pol�ticas P�blicas do minist�rio, foi preso em flagrante com R$ 30 mil que recebera de Jorgette.
Grampo de 20 de maio, 11h43, pegou Jorgette e Gleide. Ela diz que ir� a uma reuni�o no gabinete de Carvalho. �s 12h42, Jorgette conversa com Alessandro Vieira. Ele conta que se encontrou com o secret�rio executivo do Trabalho, Paulo Roberto dos Santos - que caiu na Opera��o Esopo -, e que este pediu a Gleide que providenciasse a renova��o do conv�nio. Vieira diz que “seria melhor ganhar a simpatia do ministro Manoel Dias (Trabalho) por interm�dio de Gilberto Carvalho”.
Vieira diz que Paulo Roberto seria “o ‘gatilho’ do ex-ministro Carlos Lupi dentro do Minist�rio do Trabalho”. A PF diz que padre L�cio � “sacerdote e empres�rio, s�cio do Centro Brasil do Trabalho, que n�o existe de fato, e recebeu R$ 1,26 milh�o do Ceat, recursos desviados por meio de presta��o de servi�os fict�cios”.