O cancelamento da visita oficial de Estado que a presidente Dilma Rousseff faria aos Estados Unidos em outubro deve ter impacto reduzido na agenda bilateral de negocia��o entre os dois pa�ses, mas pode repercutir negativamente nos investimentos e opera��es de companhias norte-americanas no Brasil, sobretudo em setores mais sens�veis, como o de defesa e o de petr�leo e energia. A avalia��o � da consultoria Eurasia, com sede em Washington.
A Eurasia n�o prev� que quest�es que v�m sendo discutidas pelos dois pa�ses, como o relaxamento da pol�tica de concess�o de vistos a viajantes brasileiros pelos EUA e negocia��es sobre tarifas, sejam afetadas. Mas alguns neg�cios em setores mais sens�veis da economia podem ser prejudicados. "A coopera��o no setor de defesa muito provavelmente deve ser afetada", destacam os analistas. As chances da fabricante de aeronaves Boeing vender ca�as � For�a A�rea Brasileira, por exemplo, ficam significativamente menores ap�s o cancelamento da visita oficial, destaca a Eur�sia.
No setor de energia e telecomunica��es, investimentos tamb�m podem ser afetados e tens�es pol�ticas podem surgir. Os analistas citam, por exemplo, que se uma empresa norte-americana vencer o primeiro leil�o do pr�-sal, que ser� em outubro, vai ser criado algum ru�do pol�tico, sobretudo ap�s as den�ncias de espionagem de Washington nas opera��es da Petrobr�s.
A revela��o da espionagem dos EUA no governo e em empresas brasileiras pode elevar os sentimentos nacionalistas no Pa�s e criar incentivos para Bras�lia impor algumas restri��es �s opera��es de empresas norte-americanas em setores mais sens�veis, destacam os analistas. Mas ao mesmo tempo, o risco de retalia��o �s companhias brasileiras que operam nos EUA tendem a reduzir a��es mais agressivas e evitar que o esc�ndalo da espionagem leve a uma guerra comercial entre os dois pa�ses.