No dia em que o presidente do PDT e ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que n�o h� como "controlar os filiados do partido", o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ampliar as investiga��es contra um deputado federal pedetista que, como assessor especial de Lupi na pasta, foi acusado de cobrar e receber propina para liberar o pagamento de organiza��es n�o-governamentais (ONGs).
Na entrevista ao jornal, o presidente do PDT disse que h� uma tentativa de envolv�-lo pessoalmente nas acusa��es que atingem o atual ministro, Manoel Dias. "Quando n�o tem nada que fale do Lupi, a� botam 's�o os amigos do Lupi, ligados ao Lupi' , como se eu fosse o controlador de um esquem�o", queixou-se. "Cad� o esquem�o? Onde est� o dinheiro do esquem�o?"
O inqu�rito investiga o parlamentar por peculato (desvio de recursos p�blicos), corrup��o ativa e corrup��o passiva na contrata��o irregular de ONGs pelo minist�rio entre 2007 e 2011. O Minist�rio P�blico Federal, citando reportagens publicadas � �poca pela imprensa, apontou-o como sendo "um dos respons�veis" por fixar o pre�o para a manuten��o dos contratos e o restabelecimento dos repasses de recursos" para as entidades.
Ricardo Lewandowski determinou que o minist�rio encaminhe c�pia dos conv�nios com cinco ONGs. Essas entidades firmaram mais de 10 conv�nios com a pasta para realizar cursos de capacita��o profissional, no valor total de pelo menos R$ 11,6 milh�es. Ele tamb�m encaminhou of�cio � Controladoria-Geral da Uni�o para que o �rg�o informe se h� investiga��es feitas para averiguar a exist�ncia de irregularidades nesses conv�nios e, se sim, enviar c�pia integral das investiga��es.
O ministro determinou que a Pol�cia Federal tome o depoimento de Weverton Rocha, outros dois ex-assessores de Lupi e dos representantes das ONGs. Ap�s a conclus�o das apura��es, a Procuradoria-Geral da Rep�blica pode denunciar o deputado ou pedir o arquivamento do caso por falta de provas.
Em resposta por email, o deputado negou as den�ncias de recebimento ou pagamento de propina e desvio de dinheiro. Ele disse que sua fun��o no minist�rio "era de assessor e n�o gestor". "Em momento algum n�o era minha atribui��o liberar conv�nios, logo as den�ncias n�o procedem", ressaltou.
Weverton Rocha disse concordar com a afirma��o de Lupi de que n�o h� como saber o que todos os integrantes da legenda fazem. "Um partido com a capilaridade em todo o Brasil como o PDT � realmente dif�cil de administrar, mas n�o imposs�vel, e nossos grandes l�deres est�o mostrando qual o posicionamento correto � frente de uma crise. Est�o afastando os envolvidos, apurando as den�ncias e suspendendo os conv�nios at� que tudo se esclare�a", destacou.
O deputado saiu em defesa do atual ministro do Trabalho e negou que haja um movimento de conspira��o para derrub�-lo do cargo. "O ministro Manoel Dias � um homem de conduta ilibada. Sua hist�ria de lutas pelo trabalhismo brasileiro falar� por si, e ap�s a apura��o quaisquer den�ncias contra ele ser�o retiradas."