O afastamento do presidente do diret�rio estadual do PSB do Rio de Janeiro, Alexandre Cardoso, e a sa�da "amistosa" para o grupo dos irm�os Cid e Ciro Gomes, do PSB do Cear�, foram as duas primeiras provid�ncias tomadas pelo governador de Pernambuco e presidente ancional do PSB, Eduardo Campos, para afastar dissid�ncias internas e preparar o terreno para se lan�ar candidato � Presid�ncia da Rep�blica, no ano que vem.
Por unanimidade, e sob o comando de Campos, o diret�rio nacional do PSB interveio nesta quarta-feira, 25, no diret�rio fluminense e come�ou a montar um partido renovado no Rio, onde os socialistas tinham as maiores dificuldades para construir um palanque para a candidatura presidencial de 2014. O afastamento de Cardoso, que � prefeito de Duque de Caxias, dar� outro rosto ao PSB, na avalia��o dos integrantes da legenda.
A partir de agora, est� aberta a porta para a entrada do deputado Hugo Leal, ex-l�der do PSC, do ex-ministro Jos� Gomes Tempor�o (Sa�de) e do grupo brizolista do Rio, comandado pelo ex-deputado Vivaldo Barbosa, que saiu do PDT. Todos eles tinham procurado o PSB, mas em vez de serem acolhidos, Cardoso os havia encaminhado ao governador S�rgio Cabral (PMDB), prov�vel aliado da reelei��o da presidente Dilma Rousseff (PT). Eduardo Campos acha que ainda d� para segurar o deputado Rom�rio, que brigou com o presidente destitu�do da legenda e estava de sa�da.
Cardoso n�o concordou com a retirada do PSB da base de Dilma, decis�o tomada na semana passada depois de uma s�rie de atritos dos socialistas com o PT. Al�m de contestar a dire��o nacional do partido, ele ainda foi acusado de sabotar o PSB. O deputado Glauber Braga (RJ) pediu a abertura de processo contra ele na comiss�o de �tica do partido, o que levou � interven��o. No dia 16 haver� nova reuni�o do diret�rio nacional, quando Alexandre Cardoso ter� oportunidade de se defender. A tend�ncia ser� a expuls�o, caso ele n�o saia antes.
"Agora � a hora de observar as entradas de novos parlamentares e n�o de ficar lamentando as sa�das", disse Eduardo Campos, logo depois da reuni�o do diret�rio. "O PSB aproxima-se cada vez mais das ruas e de sua hist�ria. O PSB fala e entende a linguagem das ruas", disse ele, deixando claro que o partido tentar� montar um programa de governo orientado para dar uma resposta �s quest�es levantadas pelas manifesta��es de junho, como melhoria nos servi�os de transportes, educa��o, sa�de, seguran�a, combate � corrup��o e luta pela �tica na pol�tica.
Campos afirmou que n�o estava triste nem estressado com a possibilidade de sa�da do grupo dos irm�os Gomes, cuja decis�o ser� tomada nesta quinta-feira, 26, � noite pelo diret�rio estadual do Cear�. Ao contr�rio do que aconteceu no Rio, n�o haver� interven��o, mas negocia��o. Decidindo pela sa�da, Cid Gomes levar� consigo quatro deputados federais, nove estaduais e 38 prefeitos.
Campos disse que conversou muito com Cid Gomes e que a decis�o do rompimento � pol�tica, o que faz parte do cotidiano de qualquer partido. Houve, entre as duas partes, entendimento para que o PSB n�o pe�a na Justi�a os mandatos dos parlamentares que deixarem o partido. Para o lugar dos Gomes, o governador de Pernambuco dever� convidar o grupo da ex-prefeita Luizianne Lins, do PT. Luizianne � brigada com o l�der petista na C�mara, Jos� Guimar�es, tamb�m presidente estadual do partido no Cear�.
Em Santa Catarina, a situa��o j� est� resolvida. O grupo do ex-presidente do PFL e ex-senador Jorge Bornhausen entrou para o PSB e assumiu o comando do partido no Estado. Ao mesmo tempo, o PSB vai se arrumando tamb�m em Estados onde n�o havia descontentes, como Pernambuco. O vice-governador Jo�o Lyra, do PDT, vai migrar para o PSB de Campos. "O Jo�o Lyra � um companheiro de grande valor, que nos acompanha h� muito tempo", comentou ele.