Ao defender a aprova��o de uma reforma pol�tica, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse que � preciso "aprofundar os projetos de iniciativa popular", classificada por ele como salutar para a democracia. "A reforma pol�tica � a mais importante de todas as reformas", destacou o petista, dizendo que n�o h� o que temer no debate.
Lula defendeu o financiamento p�blico de campanha, citou o Conselho de Desenvolvimento Econ�mico e Social (CDES) como entidade para debater os rumos do Pa�s e disse que o Congresso n�o pode fechar os ouvidos "�s verdadeiras vozes da sociedade". "Quando este Parlamento se calou, a sociedade teve a liberdade cassada", alertou. Para o petista, a C�mara tem condi��es de responder aos desafios de hoje, mas ele insistiu que a reforma pol�tica � o mais importante de todos os desafios demandados pela sociedade.
Em seu discurso de mais de 30 minutos, Lula disse que o Pa�s teve uma "li��o de civilidade democr�tica" em junho. "O povo foi para a rua exigir um pouco mais de Estado e para dizer que precisa de mais coisas", interpretou. De acordo com ele, o "povo aprendeu a comer fil� e n�o quer mais comer ac�m". Em tom cr�tico, ele disse que "pobre s� vai ter ensino de qualidade o dia que a classe m�dia voltar � escola p�blica".
Lula lamentou que nas manifesta��es de junho parte da popula��o tenha negado a pol�tica, com a ideia de que "todo mundo na pol�tica � corrupto." "Vivi nesta Casa quatro anos e este � o momento de cada um enfrentar esse debate", insistiu. O ex-presidente defendeu que os insatisfeitos devem substituir os que exercem cargo p�blico por meio do mandato parlamentar. "Temos que dizer � juventude que ela n�o pode negar a pol�tica", emendou. Ele ressaltou que, por pior que o pol�tico seja avaliado, ele passa por um "novo concurso" a cada quatro anos.
Ainda relembrando o per�odo em que foi deputado constituinte e deixou o Sindicato dos Metal�rgicos do ABC, Lula disse ter tomado um "susto" quando chegou ao Parlamento. O ex-presidente disse que, ao lado de personalidades, costumava a culpar a classe pol�tica pelas "desgra�as" do Pa�s, mas que se deu conta que n�o havia verdade absoluta nas posi��es pol�ticas.
Ao falar da Constitui��o, Lula disse que a Carta Magna "pode n�o ser a melhor, mas garantiu o mais longevo per�odo democr�tico" da hist�ria do Pa�s e que ela permitiu que um torneiro mec�nico chegasse ao Pal�cio do Planalto. No final, o petista lembrou a press�o que sofreu para que ele permitisse a tramita��o do projeto do terceiro mandato no Executivo. "N�o brinquem com terceiro mandato porque democracia exige respeito", finalizou.
Cr�ticas
O ex-presidente afirmou que atualmente se tornou "banal" criticar o Congresso Nacional. Em discurso de homenagem ap�s receber a Medalha da Suprema Distin��o, disse que o Poder Legislativo � o que mais se exp�e �s criticas da m�dia.
Lula afirmou que se o Brasil est� atualmente entre uma das maiores economias do mundo, e isso se deve tamb�m � atua��o da C�mara dos Deputados. Segundo ele, muitas vezes aquilo que parecia "derrota", intransig�ncia de deputados acabava por impor mais qualidade a um determinado projeto. Ele fez quest�o de elogiar at� mesmo os parlamentares que fizeram oposi��o ao governo.
O ex-presidente disse que a press�o dos meios de comunica��o nunca deixou de ocorrer no Legislativo. Ele tamb�m destacou que foi a pol�tica que permitiu a ele transformar em realidade os sonhos que compartilhava com a sociedade brasileira. "Foi a pol�tica que me permitiu a chegar � Presid�ncia da Rep�blica", afirmou.