L�der do PSDB pede ao ministro da Justi�a que 'fique quieto' sobre den�ncias

Em um discurso inflamado da tribuna do Senado, o l�der do PSDB na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP), acusou nesta ter�a-feira, 26, o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, de atrapalhar as investiga��es sobre as den�ncias de corrup��o e forma��o de cartel no metr� em S�o Paulo. No final da manh�, a c�pula do PSDB pediu a demiss�o de Cardozo por entender que ele n�o tem mais isen��o para conduzir o epis�dio � frente da pasta.

"O ministro da Justi�a, que conhe�o h� muitos anos, est� atrapalhando a investiga��o. Ele deveria se conduzir com mais sobriedade. Ele est� trazendo para a rinha pol�tica advers�rios do seu partido para que n�s, na nossa defesa, apaixonada e indignada, possamos elevar o tom pol�tico dos acontecimentos, o que � inevit�vel. Nesse sentido, ele est� atrapalhando as investiga��es", afirmou.

Foi o ministro da Justi�a, conforme revelou o Estado na semana passada, quem repassou para a Pol�cia Federal um relat�rio com as den�ncias. O PSDB sustenta que o PT tem usado o caso dos cart�is para jogar uma "cortina de fuma�a" no epis�dio da pris�o dos condenados do partido no esc�ndalo do mensal�o.

Aloysio Nunes Ferreira pediu que Cardozo "fique quieto" e se concentre no papel de ministro "que n�o � chefe da Pol�cia Federal", que, na opini�o dele, � comandada em seu papel investigativo pela Justi�a Federal. Um dos citados como tendo relacionamento "estreito" com uma empresa suspeita de pagar propina no esquema do cartel, o que ele nega, o tucano disse que querem enxovalhar ele e o restante do partido.

"Agora, eu n�o tenho como me defender, mesmo porque n�o fui acusado de nada. Outros foram acusados de receber propina falsamente, tenho certeza, mas eu, sequer, fui acusado de nada, e, no entanto, apare�o, aos olhos dos brasileiros, como tendo feito parte de um esquema, um esquema crapuloso, um esquema indecente. � isto que eu n�o posso tolerar", disse.

Apartes

Em apartes, senadores da oposi��o e da base aliada prestaram solidariedade ao l�der tucano. O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), disse que h� uma "acusa��o cavilosa" de tentar igualar as den�ncias de cartel em S�o Paulo aos condenados no esc�ndalo do mensal�o. Para ele, � preciso separar o joio do trigo.

O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) disse que a oposi��o j� est� acostumada a esse tipo de situa��o. "Toda vez a melhor defesa � o ataque, vamos mudar o foco", criticou. "N�o que n�s queremos esconder qualquer coisa, muito pelo contr�rio. As coisas t�m que ser cristalinas, n�o em p�lulas, fatiadas. Agora manchar a sua hist�ria jamais ser� feito e jamais n�s vamos deixar", completou.

O l�der do PT no Senado, Wellington Dias (PI), disse lamentar "muito" o fato e defendeu que o tucano tenha acesso a todas as informa��es sobre as den�ncias de forma��o de cartel de empresas no metr�. "Eu espero � que se evite tanto em rela��o a Vossa Excel�ncia como em outros casos que se fa�a o pr�-julgamento como t�m ocorrido", afirmou.

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) classificou de "absolutamente leviano" o envolvimento do nome do l�der do PSDB no epis�dio. "Vossa excel�ncia � um dos patrim�nios �ticos da pol�tica brasileira", afirmou. "Eu boto minha m�o no fogo por Vossa Excel�ncia", completou. "Vossa Excel�ncia n�o � um gigante do p� de barro, Vossa Excel�ncia � um gigante de p�s s�lidos", fez coro o senador Ricardo Ferra�o (PMDB-ES), que chamou de "covardia" o que tem ocorrido com o tucano.